Piloto e tripulante de avioneta já em tribunal
Os dois tripulantes da avioneta que ontem colheu mortalmente duas pessoas numa praia na Costa de Caparica, Almada, estão já no Palácio da Justiça de Almada para serem ouvidos pela procuradora do Ministério Público.
Os dois homens, instrutor e aluno, ficaram ontem, imediatamente após o acidente na praia, com termo de identidade e residência e, esta manhã, cerca das 8:15, à chegada ao tribunal, recusaram prestar declarações. Afirmaram ainda que não estariam disponíveis para falar após o interrogatório.
Em sequência deste caso, correm dois processos em paralelo, um de natureza judicial, no âmbito do Ministério Público, e outro de natureza técnica, levado a cabo pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves.
A aeronave realizava um voo de treino que saiu de Cascais e tinha com destino Évora, tendo entrado em contacto com a torre de controlo reportando problemas, nomeadamente falha no motor.
"Mayday, mayday. Falha no motor, vai aterrar na praia", ouve-se na comunicação da avioneta com a torre.
As comunicações com a torre de controlo do Aeródromo de Cascais revelam que o piloto declarou emergência, indicando uma "falha do motor" e que ia "aterrar na praia". A torre de controlo questionou em que praia é que o piloto ia aterrar, tendo o mesmo respondido: "na Cova do Vapor", estância balnear situada na União das freguesias de Caparica e Trafaria.
Contudo, a aeronave, modelo Cessna 152, fez uma aterragem de emergência na praia de São João, Costa de Caparica, Almada, tendo atingido mortalmente uma criança de oito anos e um homem de 56 anos, sem relação familiar.