PGR diz que suspeitos de homicídios já confessaram

Procuradoria angolana refere, em comunicado, nunca ter ocultado factos sobre as mortes dos ativistas Alves Camulingue e Isaías Cassule
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A Procuradoria-geral da República de Angola revelou, esta tarde em comunicado, que os suspeitos dos homicídios de dois ativistas, Alves Camulingue e Isaías Cassule, em Maio de 2012, já confessaram os crimes, estando em curso no processo outras diligências para "responsabilizar todas as pessoas que tenham participado na consumação dos crimes(...) independentemente de quem sejam os seus autores".

Os dois homens foram mortos em Maio de 2012 numa operação que terá envolvido elementos dos serviços de informações angolanos. O que levou o presidente, José Eduardo dos Santos, a demitir, em Novembro deste ano, Sebastião José António Martins de director dos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado, SINSE.

No comunicado do gabinete do procurador-geral angolano, João Maria de Sousa, é ainda referido que, segundo elementos recolhidos pela investigação, Alves Camulingue e Isaías Cassule não foram mortos durante uma manifestação de veteranos das forças armadas, nem que ambos, depois de raptados, tenham sido sujeitos a tortura.

O comunicado da PGR surge na sequência de muita agitação social e política, em Luanda, à volta desta investigação. Ainda hoje, os deputados da UNITA abandonaram o parlamento angolano, em protesto contra o que classificaram como "intransigência" do MPLA em debater a atuação das forças de segurança, quer nos casos de Alves Camulingue e Isaías Cassule, quer, mais recentemente, com a morte de Manuel Carvalho, "Ganga", alegadamente morto por elementos da guarda presidencial.

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