O homem acusado de matar o filho de seis meses em abril de 2015, em Linda-a-Velha, Oeiras, foi condenado a 25 anos de prisão, a pena máxima em Portugal..A decisão foi proferida por um tribunal de júri, composto por quatro cidadãos previamente selecionados e que havia sido requerido pela defesa, e também pelo coletivo de três juízes..Para o Tribunal de Cascais, foram dados como provados todos os crimes pelos quais respondia, à exceção do de tráfico de droga..O arguido estava acusado de ter matado o filho, a 08 de abril de 2015, em retaliação contra a sua ex-companheira, a qual lhe teria dito que queria pôr fim à relação entre ambos, após descobrir que o suspeito mantinha o consumo de álcool..O homem respondia ainda, neste processo, por explosão e incêndio, profanação de cadáver e homicídio, todos estes crimes na forma tentada, além de um crime de tráfico de droga..O arguido foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio qualificado, quatro anos pelo crime de explosão e incêndio na forma tentada, oito meses por profanação de cadáver também na forma tentada e quatro meses por consumo de droga..Em cúmulo jurídico, ficou determinada a pena máxima de 25 anos de prisão.."Ficou provado que o arguido cravou a faca na zona do tórax do corpo do bebé. Ficou provado que rodou os bicos do fogão antes de sair de casa e tinha intenção inequívoca de deitar gás. Quis vingar-se da mãe da criança por ter dito que queria acabar a relação e queria pô-lo fora de casa", afirmou a juíza presidente do coletivo..Do acórdão consta ainda que "os relatórios não refletem que o arguido padecesse de qualquer anomalia psíquica", reconhecendo-lhe, ao invés, uma "personalidade imatura, egocêntrica, com traços depressivos e compulsivos"..A juíza sublinhou também que as declarações do arguido ao longo do processo foram "incoerentes e contraditórias"..O Ministério Público havia pedido uma pena de prisão não inferior a 20 anos e o advogado da assistente, mãe do bebé, a pena máxima.."Ficamos satisfeitos com o resultado, pena máxima, mais não poderíamos pedir", afirmou o advogado Hélder Nicolau Gomes, que desistiu do pedido de indemnização cível de 75 mil euros anteriormente reclamado pela mãe do bebé..A defesa do arguido reclamou a sua inocência e já comunicou hoje ao Tribunal que vai recorrer da decisão..À saída da audiência, o advogado Aníbal Pinto disse aos jornalistas que João Barata está "indignado" com a decisão judicial e lamenta que não tenha sido apurada toda a verdade.."Aquilo que eu tenho de lamentar, com todo o respeito, é que não se apure a verdade até às últimas consequências. O senhor João Barata está indignado, não tão só pela decisão, mas também porque não foram admitidas provas que foram requeridas ao longo do processo", sustentou..O advogado disse ainda não estar arrependido por ter requerido um tribunal de júri e que podiam ter tido outra decisão se as provas requeridas pela defesa tivessem sido deferidas.."Há uma coisa que eu quero e exijo que é lutar com todas as armas legais que estão ao meu alcance para que se apure a verdade", concluiu Aníbal Pinto, esperando agora a decisão do Tribunal da Relação quanto ao recurso..[artigo:4502674]