Mais de 50 presos mortos em cadeias no norte do Brasil
As autoridades brasileiras encontraram, na segunda-feira, 40 presos mortos em quatro cadeias da cidade de Manaus, no norte do país, informou a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Amazonas. No domingo, foram descobertos 15 presos mortos.
A descoberta dos corpos ocorreu durante uma inspeção dos agentes de segurança nas prisões de Manaus.
Segundo informações divulgadas pelo portal de notícias brasileiro G1, os prisioneiros encontrados sem vida na segunda-feira estavam no Instituto Penal Antônio Trindade (25 mortos), na Unidade Prisional do Puraquequara (seis), no Centro de Detenção Provisória Masculino (cinco) e no Complexo Penitenciário Anisio Jobim - COMPAJ - (quatro).
Nesta prisão, no domingo, já tinham descobertos outros 15 presos mortos, pós um confronto entre reclusos que começou durante o horário de visita do complexo, localizado a 28 quilómetros de Manaus.
Segundo o portal de notícias G1, o governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou que os responsáveis pelo massacre já foram identificados e que foi pedido ao Governo Federal a transferência destes presos para unidades de segurança máxima do país.
O Estadão refere que as mortes terão sido causadas por uma disputa entre membros da organização criminosa Família do Norte. O jornal escreve que no COMPAJ alguns presos foram assassinados durante a hora da visita. "Foi a primeira vez no Estado", afirmou o secretário de Administração da Penitenciária do Amazonas, Marcus Vinicius de Almeida.
Os responsáveis pelo massacre usaram escovas de dentes, que foram raspadas até ficarem pontiagudas, refere o mesmo responsável. Muitos presos foram enforcados.
Sem informação, os familiares dos presos desesperam à porta das cadeias, onde as visitas foram suspensas por 30 dias, por razões de segurança.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil anunciou que vai enviar uma Força de Intervenção Penitenciária para atuar nas prisões onde os massacres ocorreram, conforme pedido do Governo do Estado do Amazonas.
Segundo o ministério, a força pretende apoiar governos estaduais "em situações extraordinárias de crise no sistema penitenciário para controlar distúrbios e resolver outros problemas".
O COMPAJ já tinha sido palco, em janeiro de 2017, de um motim que causou 56 mortos e durou 20 horas.
Com quase 727.000 presos em 2016, o Brasil tem a terceira maior população prisional do mundo.