Pelo menos 156 feridos na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém

Dezenas de homens encapuzados, com bandeiras palestinianas e do movimento de resistência islâmica Hamas, entraram na esplanada com pedras, "forçando a polícia a entrar no local para dispersar a multidão e remover as pedras".
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Confrontos entre manifestantes palestinianos e polícias israelitas esta manhã na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, provocaram ferimentos em pelo menos 153 civis palestinianos e três polícias israelitas, segundo as equipas de socorro.

Atualizando os dados, o serviço de emergência do Crescente Vermelho palestiniano, citado pela agência France-Presse, indicou que os 153 palestinianos feridos correspondem ao número dos transferidos para hospitais ou clínicas próximas, para receber atendimento médico, a que se juntam três feridos relatados por fonte da polícia israelita.

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Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, os confrontos na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, um setor palestiniano ocupado desde 1967 por Israel, começaram ao início do dia, quando dezenas de homens encapuzados, com bandeiras palestinianas e do movimento de resistência islâmica Hamas, no poder na Faixa de Gaza, entraram na esplanada com pedras, "forçando a polícia a entrar no local para dispersar a multidão e remover as pedras".

A Esplanada situa-se junto da mesquita de Al-Aqsa, construída numa colina que é um dos locais mais sagrados para os judeus, o Monte do Templo, esperando as autoridades dezenas de milhares de palestinianos em Al-Aqsa para as orações muçulmanos de esta sexta-feira.

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Os países árabes responsabilizaram as "forças de ocupação israelitas" pelos confrontos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental.

Os confrontos, entre manifestantes palestinianos e polícias israelitas, coincidiram com a segunda sexta-feira do mês sagrado muçulmano do Ramadão.

O secretário-geral da Liga Árabe, o egípcio Ahmed Abulgheit, disse que os "ataques israelitas aos fiéis" muçulmanos representam uma "continuação da série de abusos e provocações israelitas que visam dividir Al-Aqsa, espacial e temporalmente".

"As contínuas incursões de colonos e bandos extremistas são toleradas, enquanto os palestinianos são impedidos de praticar os seus rituais, ameaçando inflamar a situação de uma forma perigosa", afirmou Abulgheit, numa declaração divulgada pela Liga Árabe citada pela agência espanhola EFE.

Abulgheit apelou à comunidade internacional para assumir a responsabilidade pelo que qualificou de "comportamento irresponsável do Governo de ocupação", numa referência a Israel.

Alegou que o direito ao culto "é garantido pelo direito internacional e que os ataques e detenções israelitas não impedirão os palestinianos de exercerem o seu direito".

A Jordânia descreveu o "ataque das tropas israelitas aos fiéis na Mesquita de Al-Aqsa" como uma "escalada perigosa", de acordo com uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Governo jordano exortou as autoridades israelitas a "retirarem imediatamente" as suas tropas da Mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islão.

A Jordânia administra a Esplanada das Mesquitas, onde se encontram a Mesquita de Al-Aqsa e a Cúpula do Rochedo, mas o acesso ao local, mesmo junto ao Muro das Lamentações, é controlado por Israel.

A violência em Jerusalém surgiu na sequência de uma série de ataques em Israel e de operações israelitas na Cisjordânia, outro território ocupado desde 1967 pelo Estado judaico.

Desde 22 de março, Israel foi atingido por quatro ataques, os dois primeiros por árabes israelitas ligados ao grupo extremista Estado Islâmico e os dois últimos por palestinianos da região de Jenin, na Cisjordânia, tendo morrido pelo menos 14 pessoas nesses ataques.

Os Estados Unidos afirmaram esta sexta-feira estar "profundamente preocupados" após devido aos confrontos na Cisjordânia.

Os confrontos surgem após três semanas de violência mortal em Israel e na Cisjordânia ocupada, numa altura em que a festa judaica da Páscoa e da Páscoa cristã se sobrepõem ao mês sagrado muçulmano do Ramadão.

"Apelamos a todas as partes para que se tentem conter e evitem ações provocatórias e retórica", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, numa declaração. "Instamos os funcionários palestinianos e israelitas a trabalharem em cooperação para diminuir as tensões e garantir a segurança de todos", afirmou.

A polícia israelita disse que dezenas de homens mascarados marcharam para Al-Aqsa lançando foguetes à multidão e de atirarem pedras em direção ao Muro Ocidental - considerado o local mais sagrado onde os judeus podem rezar.

Al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do Islão. Os judeus referiam-se a ele como o Monte do Templo, referindo-se a dois templos que se diz terem ficado ali na Antiguidade.

Notícia atualizada às 15:05

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