Pellè e Zaza pedem perdão após os "piores penáltis da história"

Os dois pontas-de-lança italianos eram considerados especialistas, mas falharam os penáltis contra a Alemanha de forma disparatada, após terem apostado em "inovar" antes de rematarem à baliza de Neuer. Ontem, pediram desculpa a toda a Itália
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A história do futebol não é simpática para a Itália quando o assunto são grandes penalidades - com a grande exceção da final do Mundial 2006. Os italianos têm a única seleção da história que já perdeu sete desempates por grandes penalidades. Em contrapartida, a Alemanha, que no sábado se apurou para as meias-finais do Euro 2016, venceu seis de sete, e a única que perdeu foi por culpada do penálti mais famoso da história, autoria de Panenka.

Diante da Alemanha, Zaza e Pellè estiveram à altura do desprestigioso estatuto italiano. Os penáltis foram tão mal batidos que Henry, ex-internacional francês, considerou numa televisão inglesa que foram "os piores da história". "Eu percebo o que eles queriam fazer, mas não deviam ter tentado aquela forma num Europeu. Esses erros são imperdoáveis e foram os piores penáltis da história", criticou.

O penálti de Pellè percorreu o mundo, fruto do que aparentava ser uma pequena provocação a Neuer, ao "ameaçar" ir bater à Panenka, num gesto com a mão. Podia ser uma estratégia para enganar o guarda-redes, mas a verdade é que Neuer lançou-se para o mesmo lado para o qual Pellè rematou, o direito do guardião. O problema é que o ponta-de-lança nem acertou na baliza, para desespero da namorada, que tinha na bancada um boneco insuflável gigante do ponta-de-lança do Southampton.

No aeroporto, quando a equipa se preparava para embarcar no regresso a casa, Pellè decidiu prestar explicações. "Se tivesse marcado seria um fenómeno, um herói, mas aconteceu o contrário. Já agora, não digam que eu quis provocar o Neuer. Ele próprio sabia o que foi: tentei fazer o gesto para confundi-lo, para que ele ficasse parado. Ele percebeu e no fim do jogo deu-me os parabéns e disse que eu era um grande jogador", contou.

O caso de Zaza não foi menos insólito. Já no tempo de compensação do prolongamento, Conte trocou Chiellini, central, por Zaza, ponta-de-lança. Não se tratava de nenhuma tentativa de chegar à vitória nos derradeiros segundos, mas sim de colocar um especialista em campo. Mas nada correu conforme planeado.

Zaza recorreu a uma fórmula celebrizada por Pogba, seu colega na Juventus, no Mundial de sub-20 de 2013: fazer uma série de pequenos passos, quase sem levantar os pés do chão, antes do remate. O avançado conseguiu enganar Neuer, mas rematou muito por cima do alvo, dando desde logo origem aos habituais memes. "Falhei o penálti mais importante da minha vida. Nunca o esquecerei e peço perdão. A verdade é que eu marco sempre assim os penáltis...", explicou.

"Nos treinos eu e o Zaza tínhamos marcado bem, mas desta vez não acertámos", lamentou Pellè, que antes do Europeu era dado como alvo de Juventus e Chelsea. "Neuer é um dos melhores guarda-redes do mundo. Eu queria confundi-lo. Queria que ele ficasse quieto, no meio da baliza. Mas ele é muito forte e, no final, ele disse que nem se apercebeu do meu gesto", contou.

Pellè acabou por pedir "perdão ao povo italiano", embora tenha apelado à compreensão, pois, disse, "os penáltis são um momento de adrenalina" e muitos jogadores falharam - sete no total. Pior só mesmo no EUA-Honduras, de 1991, com nove tiros falhados.

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