Incêndios. Autarcas de Pedrógão, Figueiró e Castanheira vão a julgamento
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O juiz de instrução decidiu levar a julgamento a maioria dos arguidos pronunciados no caso do incêndio de Pedrógão Grande. Esta manhã, quando foi tornada pública a notícia, os advogados ainda não tinham sido notificados desta decisão. O juiz Gil Vicente demorou mais de um mês - além do prazo que ele próprio estipulara (15 de maio) para anunciar a decisão relativa às responsabilidades no fogo.
Do rol de 13 arguidos que constavam da acusação, ficam de fora o ex-vereador de Pedrógão, José Graça - "porque não lhe estavam delegados poderes para gestão de combustíveis", bem como os dois responsáveis distritais da Autoridade Nacional de Proteção Civil - Sérgio Gomes e Mário Cerol, uma vez que o juiz entendeu que não tinham responsabilidades diretas no caso do fogo.
Recorde-se que o presidente de Câmara de Pedrógão não tinha sido inicialmente acusado pelo Ministério Público, uma vez que se escudara no vice-presidente, José Graça, supostamente responsável pela Proteção Civil municipal. Porém, já decorria a fase de instrução quando o advogado de uma das famílias das vítimas, Ricardo Sá Fernandes, assistente no processo, requereu que também Valdemar Alves fosse arrolado.
Assim, vão a julgamento os três presidentes de Câmara dos concelhos atingidos pelo fogo. Além de Valdemar, também Jorge Abreu (Figueiró dos Vinhos) e Fernando Lopes, ex-autarca de Castanheira de Pêra. Juntam-se a eles o comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnault, e os funcionários funcionários da EDP e da Ascendi. Segundo o despacho do juiz, "ao não satisfazerem o dever de cuidados que sobre si impediam, criaram um risco não permitido e aumentaram o risco já existente de produção de lesões na vida e na integridade física de outrem".