Pedro Passos Coelho não se demite, Governo vai manter-se em funções
Na sua comunicação ao País, às 20.00, Pedro Passos Coelho remeterá para Paulo Portas a explicação sobre as consequências da sua demissão: sai sozinho do Governo ou ela arrasta a dos ministros centristas Pedro Mota Soares e Assunção Cristas.
Na sua intervenção, Passos Coelho disse ter a obrigação de "obter as condições de apoio político" ao Governo - afirmação que pode prenunciar a apresentação de uma moção de confiança no Parlamento.
"Ambos os partidos [PSD e CDS] têm a obrigação" de explicar e clarificar as suas posições num Governo de coligação, que exige negociações e entendimento permanentes. "É esta clareza que falta e é esta clareza que espero", declarou o chefe do Executivo.
"Não me demito, não abandono o meu País [e] farei tudo, absolutamente tudo" para evitar o "colapso político, económico e social", enfatizou Passos Coelho.
"O Governo não pode ser posto em causa" a não ser por "divergências de enorme gravidade", sustentou o primeiro-ministro, após aludir aos "acontecimentos que eram verdadeiramente impensáveis" ao início da manhã desta terça-feira.
Passos Coelho alertou ainda ser imperioso ter "prudência, cabeça fria e sentido de Estado" em momentos de crise política como o que se vive, após a saída, em dias sucessivos, dos números dois e três do Governo,Vítor Gaspar e Paulo Portas, respetivamente.