O Governo determinou a criação de um posto de trabalho na Presidência do Conselho de Ministros (PCM) para o 'ex-espião' Silva Carvalho, envolvido no caso das secretas, porque este "preencheu os pressupostos de aquisição de vínculo definitivo ao Estado"..De acordo com um decreto publicado hoje em Diário da República, "determina-se a criação de um posto de trabalho no mapa de pessoal da secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros" para o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho..Em declarações à agência Lusa, o deputado comunista António Filipe disse ver este processo "com algumas dúvidas e perplexidade", mesmo "em face da lei existente".."Se é verdade que a lei prevê que os funcionários dos serviços de informações possam ser colocados na PCM tendo em conta que estão vinculados a um dever de sigilo que o acompanha ao longo da vida, sendo essa uma solução aplicável a situações normais, já nos parece que o caso do doutor Silva Carvalho não é uma situação normal", assinalou..António Filipe referiu que Silva Carvalho "saiu dos serviços de informações para uma empresa" e que corre atualmente contra ele "um processo-crime", porque alegadamente "violou deveres funcionais e o dever de sigilo a que estava obrigado".."O que eu digo é que essa colocação é insólita (?) tendemos a pensar que essa colocação não faz muito sentido", declarou.