PCP e BE exigem que Macário Correia suspenda funções
Numa conferência de imprensa hoje realizada, o presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, anunciou que pediu a aclaração do acórdão que o condena à perda de mandato e que vai manter-se no cargo enquanto tiver legitimidade jurídica para tal.
Em comunicado, o PCP classificou a atitude de "inaceitável" e própria de "alguém que se julga acima da lei", sublinhando que a recusa em aceitar a decisão judicial é "uma afronta aos interesses das populações do concelho de Faro".
Segundo os comunistas, este episódio vem dar ainda mais força à necessidade de uma outra política para o concelho de Faro, só possível "com o reforço da CDU nas próximas eleições autárquicas".
Macário Correia (PSD) escusou-se hoje a revelar se vai recandidatar-se à Câmara de Faro, mas frisou que, perante a lei, o facto de ter sido condenado à perda de mandato não o impede de se recandidatar ao cargo.
O Bloco de Esquerda (BE), por seu turno, exigiu que Macário Correia suspenda funções enquanto presidente da Câmara e sugere que se convoque "de imediato" uma reunião da Assembleia Municipal para resolver a crise provocada pela sua atitude.
"As diversas manobras dilatórias levadas a cabo por Macário Correia não o dignificam como cidadão nem como autarca. Antes o colocam no grupo de autarcas e dos 'políticos' que se abrigam neste tipo de expedientes, não acessíveis ao comum dos cidadãos, para se eximirem de serem responsabilizados pelos seus atos", lê-se, num comunicado hoje divulgado.
De acordo com o BE, em vez de uma "conversa com a imprensa", em que reuniu também "amigos e apoiantes" no Salão Nobre da Câmara, deveria ter assumido uma sentença, que, "por sua responsabilidade, fragiliza ainda mais a situação crítica do concelho".