PCP deu entrada de requerimento à ERC sobre o tratamento mediático da morte de Jessica

PCP considera que a morte de Jéssica "tem sido alvo de uma cobertura noticiosa chocante pelos principais órgãos de comunicação social".
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O Partido Comunista Português (PCP) deu esta sexta-feira entrada de um requerimento destinado à ERC sobre o tratamento mediático dado ao caso da criança de três anos morta em Setúbal na segunda-feira, Jéssica.

"A morte violenta de uma criança de três anos, Jéssica, ocorrida no passado dia 20 de junho em Setúbal, tem sido alvo de uma cobertura noticiosa chocante pelos principais órgãos de comunicação social, numa desumana exploração de tudo o que mais sórdido há neste caso. Assim, o Grupo Parlamentar do PCP, ao abrigo das disposições constitucionais e legais aplicáveis, requer à Entidade Reguladora para a Comunicação Social que esclareça se está previsto pronunciar-se sobre esta situação", pode ler-se no requerimento.

"É demasiado mau o que está a acontecer", escreveu a deputada comunista Alma Rivera no Facebook.

A morte da menina ocorreu na segunda-feira, depois de a mãe ter ido buscá-la a casa de uma mulher que identificou às autoridades como ama da criança.

De acordo com a mãe, a menina esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.

A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.

Na quinta-feira, a Polícia Judiciária revelou que deteve três pessoas por suspeita do homicídio: uma mulher de 52 anos a quem a mãe da criança devia dinheiro, inicialmente identificada como ama, o seu marido, com 58 anos, e a filha, de 27 anos.

À Lusa, o coordenador da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, João Bugia, adiantou que a mãe da menina e o padrasto foram também ouvidos durante a noite de quarta-feira na PJ, mas não foram constituídos arguidos.

Segundo João Bugia, a mãe da menina foi "ardilosamente enganada" e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita.

Nos cinco dias em que permaneceu na casa dos detidos, a criança terá sofrido maus-tratos severos.

João Bugia revelou ainda que, apesar de haver algumas suspeitas iniciais de eventuais agressões sexuais contra a criança, esses indícios não foram confirmados na autópsia realizada na quarta-feira.

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