Polónia recusa rescisão a Paulo Sousa para assinar com o Flamengo
Ainda não acabou uma novela e já começou outra. Paulo Sousa tem acordo com o Flamengo e devia ser oficializado hoje ou amanhã como treinador do mengão, mas a federação polaca recusou a rescisão por comum acordo e deixou o treinador português em maus lençóis. "Hoje [domingo] fui informado pelo Paulo Sousa que pretendia rescindir o contrato com a federação polaca, por comum acordo, devido a uma oferta de outro clube. Este é um comportamento extremamente irresponsável, e inconsistente com as declarações anteriores que o treinador teve. Portanto, recusei firmemente", disse o presidente da federação polaca, Cezary Kulesza no Twitter.
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O treinador português falhou o acesso direto ao Mundial 2022 e iria fazer o playoff de acesso ao Campeonato do Mundo do Qatar, em março. Por isso a situação pode não ficar por aqui. A federação polaca já tinha ameaçado outro clube brasileiro interessado no português, o Internacional, de Porto Alegre, com uma queixa na FIFA por abordagem agressiva e à margem das leis. Algo que alegam agora ter-se repetido com o emblema do Rio de Janeiro.
Em 24 horas, e como a "contratação de Jorge Jesus não andava para a frente", o clube brasileiro virou-se para o atual selecionador da Polónia, um dos cinco técnicos portugueses abordados pelos dirigentes do mengão há mais de uma semana em Portugal à procura de um treinador.
Desde que Renato Gaúcho pediu a demissão, depois de perder a Taça Libertadores para o Palmeiras de Abel Ferreira, que o clube brasileiro procura um treinador para regressar aos títulos. E com uma característica peculiar: tinha de ser português. Muito por culpa do sucesso de Jorge Jesus, responsável por uma época de sonho no emblema rubro negro do Brasil com a conquista da Libertadores e do campeonato em 2019.
Para tentar convencer o treinador do Benfica a voltar ao Rio de Janeiro o vice presidente Marcos Braz e o diretor-executivo Bruno Spindel deslocaram-se a Portugal e não esconderam o motivo criando uma situação, no mínimo, embaraçosa para o técnico encarnado em véspera do clássico da Taça de Portugal, com o FC Porto, que o Benfica perdeu por 3-0. Ao mesmo tempo abordaram Carlos Carvalhal (Sp. Braga) e falaram com Paulo Fonseca (sem clube) e Rui Vitória (sem clube) além de abordarem Paulo Sousa.
A conversa com o selecionador polaco antecedeu o encontro com Jesus e deixou os dirigentes do Fla impressionados apesar de terem mantido o "desejo" de contratar o preferido Jesus. Num jogo do gato e do rato o treinador do Benfica aceitou receber o Flamengo em casa e disse depois pela voz do adjunto João de Deus que Rui Costa sabia do encontro. Este anúncio público desagradou aos brasileiros que queriam manter a conversa com Jesus longe da Imprensa para jogar em mais do que um tabuleiro. Ou seja, para Paulo Sousa ou outro não sentirem que foram uma segunda escolha.
Daí terem aceito ir ver o clássico da Taça de Portugal ao Estádio do Dragão, ao que parece a convite do FC Porto, e assim deixar o técnico ainda mais mal visto aos olhos dos adeptos e da direção do Benfica. Foi aí que Paulo Sousa, que estava tremido na seleção da polónia, subiu ao topo das preferências.
Visto como um profissional, carismático e adeptos do jogo ofensivo, o ex- jogador, que venceu duas Liga dos Campeões (Juventus, em 1996, e Borussia Dortmund, em 1997) iniciou a carreira de treinador em 2005 nos Sub-16 portugueses. A primeira experiência como profissional aconteceu no Queen Park Rangers (2008). Desde então treinou Swansea (Inglaterra), Leicester (Inglaterra), Videoton (Hungria), Maccabi Tel Aviv (Israel), Basileia (Suíça), Fiorentina (Itália), Tianjin Quanjian (China) e Bordéus (França) antes da seleção polaca pela mão do amigo Boniek.