Paulo Campos fala pela primeira vez sobre processo disciplinar
Paulo Campos, suspenso das funções de presidente do INEM desde outubro de 2015, falou ontem à noite, na TVI, pela primeira vez do processo disciplinar instaurado pelo ex-ministro da Saúde, Paulo Macedo. Em causa estava o transporte de uma doente de Cascais para Abrantes, de helicóptero.
Tal como escrevera numa carta na altura em que, pela comunicação social, teve conhecimento do processo, Paulo Campos reafirmou o facto de não ter sido ouvido durante o processo, ainda em curso, e refutou qualquer ilegalidade. Por isso, disse que teria de se perguntar ao ex-ministro Paulo Macedo e ao ex-secretário de Estado Leal da Costa o porquê da instauração do processo disciplinar.
Ao contrário do noticiado na altura, disse estar "irrefutavelmente provado no processo" que não era amigo nem da família nem da doente e que o único objetivo da transferência foi dar a resposta adequada à situação da doente face à incapacidade do Hospital de Cascais de a internar nos cuidados intensivos. Aliás, referiu, foi no próprio Hospital de Cascais que conheceu a família, quando aí se deslocou para, pessoalmente, avaliar o estado da doente.
A opção pelo Hospital de Abrantes deveu-se apenas ao facto de ser o mais próximo com vagas. Paulo Campos explicou ainda que a questão levantada em relação ao custo desta transferência por helicóptero, é uma falsa questão: "São pagos 7,5 milhões de euros para que o sistema [de transporte via helicóptero] estar a funcionar. E não se paga mais por cada transporte. E não houve nenhum outro pedido nem transporte nesse dia".
Paulo Campos reforçou ainda que a decisão de transferência e por helicóptero fora sancionada pela médica de serviço do Hospital de Cascais.
Sobre o seu futuro, Paulo Campos diz esperar "um pedido de desculpas" e que pretende retomar as suas funções como presidente do INEM. Sobre o desfecho do processo, diz estar disposto a ir até "às últimas consequências para salvaguardar a minha honra e o meu bom nome".