O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, defendeu hoje na mensagem para a Quaresma que é preciso uma solução radical para reprimir os abusos, apoiar as vítimas e prevenir os casos.."O recente encontro promovido em Roma pelo Papa Francisco sobre a proteção dos menores na Igreja enfrentou um grave problema que exige solução radical, reprimindo os abusos, apoiando as vítimas e prevenindo tais casos", refere Manuel Clemente na mensagem, intitulada "Uma Santa Quaresma com horizonte pascal"..Na mensagem, Manuel Clemente destaca ainda "as trágicas notícias de violência doméstica, especialmente sobre mulheres" classificando a questão como uma "chaga intolerável" e defende que "a proteção ativa de cada vida humana, da conceção à morte natural, continua à espera duma corresponsabilidade coletiva muito mais capaz"..Manuel Clemente lembra ainda os "devastadores conflitos, que tanto demoram em resolver, com populações em fuga e tão pouco acolhidas" considerando que "clamam por um envolvimento muito mais forte e consequente da comunidade internacional e da ajuda humanitária" e faz referência ao desrespeito pelo ambiente e às agressões ecológicas que "põem em causa o futuro - e já o presente - de populações inteiras e da humanidade em geral"..Na mensagem, o cardeal-patriarca de Lisboa apela à "conversão", para que garanta uma leitura sobre as "grandes contradições" que atualmente existem no campo pessoal, social e eclesial e que faça todos os cristãos identificarem-se com Jesus Cristo.."A Quaresma que iniciamos, neste ano de 2019, é como sempre tempo de graça e conversão", refere Manuel Clemente avançando que são grandes as contradições sentidas "entre o que devia ser e o que o contradiz, a todos os níveis", refere Manuel Clemente recomendando a leitura da mensagem do papa Francisco para a Quaresma..A mensagem do papa, explica, insere-se na repetida insistência numa "ecologia integral" que supere de vez "o egoísmo que desarmoniza a totalidade em que devemos viver. Bem pelo contrário, quando alguém vive realmente como filho de Deus, beneficia também a criação, cooperando para a sua redenção"..O cardeal-patriarca de Lisboa anuncia ainda que a renúncia Quaresmal de 2019 é destinada a apoiar a Cáritas da Venezuela, respondendo assim a um pedido desta organização para ajudar os mais pobres daquele país..Em 2018, a renúncia Quaresmal destinou-se à construção de uma escola em Cattin (Bangui), na República Centro-Africana, das Irmãs Oblatas do Coração de Jesus, tendo sido recolhidos 236.344,94 euros..A Quaresma, que este ano se inicia hoje, com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão..A renúncia quaresmal é o dinheiro que cada católico junta durante a quaresma, resultado do jejum feito, do que iria gastar em coisas consideradas supérfluas e que podem ser canalizadas para apoiar os outros.