Passos pergunta por "plano B", mas Costa não antecipa novas medidas
O presidente do PSD perguntou esta sexta-feira qual é o plano B do Governo "para acudir à situação orçamental", mas o primeiro-ministro não as antecipou, afirmando que serão preparadas novas medidas para estar em carteira, mas que estas não serão necessárias.
Durante o debate quinzenal, no Parlamento, Pedro Passos Coelho considerou que "parece cada vez mais necessário" haver um "plano B" do Governo e insistiu para o primeiro-ministro dizer "que tipo de medidas" estão a ser preparadas e "sobre que áreas atuam", defendendo que "o país tem direito a saber".
Na resposta, António Costa afirmou que todas as medidas com que o executivo do PS já se comprometeu "são públicas". Depois acrescentou: "O que iremos fazer, naturalmente com espírito construtivo, é começar a preparar medidas que manteremos em carteira, responsavelmente, para utilizar caso venham a ser necessárias. Agora, a nossa convicção é que elas não serão necessárias".
Para António Costa não há plano B, tendo o chefe do Executivo lamentado que Passos Coelho "esteja muito irritado por nem a Comissão Europeia nem o Eurogrupo terem chumbado o nosso Orçamento do Estado".
Dirigindo-se ao antecessor, sublinhou que a carta que o Governo enviou para Bruxelas na semana passada já contém as medidas adicionais vertidas no próprio orçamento. E ironizou: "Quando a emotividade não lhe nublar mais o espírito, certamente lerá a carta."
Ao debate quinzenal seguiu-se um debate de preparação do Conselho Europeu, em que António Costa deixou claro que o Governo português não aceita a proposta da Comissão Europeia que permite ao Reino Unido exceções no princípio geral da liberdade de circulação.