Passos Coelho enfurece Portas
O semanário "Sol" escreve hoje que "quando o cenário que está em aberto na coligação de Governo é o de saber se o PSD e o CDS irão em listas conjuntas ou separadas às eleições de 2015, Passos Coelho veio colocar em cima da mesa uma outra solução pós-eleitoral: a de um novo Bloco Central (com ou sem CDS, não especificou). Em entrevista ao Expresso digital, na sexta-feira, o primeiro-ministro fez questão de deixar em aberto todas as hipóteses. "O PSD já esteve no Governo sozinho, com o PS e com o CDS/PP", enunciou Passos Coelho, enfatizando que "o país deve ser governado no quadro da maior estabilidade possível". Ou seja, para assegurar um Governo com apoio parlamentar estável, o PSD encara tanto uma aliança com o PS como uma com o CDS, ou até com ambos".
Segundo o semanário, "para Paulo Portas, esta declaração de Passos não só configurou uma admissão prematura de que a maioria formada por PSD e CDS dificilmente se repetirá nas eleições de 2015 como implicou uma menorização política do CDS, partido tornado implicitamente dispensável nas palavras do líder do PSD: "Passos Coelho destratou publicamente o CDS", comenta-se, com indignação, no círculo próximo de Portas. Para já, a admissão de Passos Coelho de vir a governar com o PS veio reforçar a irritação no CDS e os argumentos do sector que defende uma ida a votos separada em 2015. Há mesmo centristas que garantem que Portas "não voltará a formar Governo com Passos", tal é a desconfiança política e o agastamento pessoal que se foi acumulando entre ambos".