Partidos não foram convidados para visita do Papa
A visita é de um peregrino, sem honras de Estado, mas à chegada a território português o Papa Francisco terá à sua espera a 12 de maio as duas principais figuras da República, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues. De fora, a avaliar pelas respostas dadas ao DN, ficam representantes dos partidos parlamentares.
PS, PSD, BE, CDS, PCP, PEV e PAN não receberam nenhum convite - pelo menos, até agora - para se fazerem representar em qualquer momento da visita do Papa, nem nas duas curtas cerimónias de boas-vindas, no dia 12, e de despedida, no dia 13, na base áerea de Monte Real (Leiria), que o bispo de Roma usará na visita de menos de 24 horas a Portugal. Numa e noutra cerimónia estarão presentes Marcelo e Ferro.
O Presidente da República manterá, 15 minutos depois do avião papal aterrar em Portugal, um encontro privado com Francisco, também de 15 minutos, ainda na base aérea, antes do Papa voar para Fátima.
Na manhã seguinte, dia 13, pelas 9.10, é a vez do primeiro-ministro, António Costa, manter outro encontro privado com Francisco, este no Santuário de Fátima.
Dos partidos contactados, todos responderam que não houve convite algum. O deputado social-democrata Hugo Soares confirmou ao DN que não chegou ao grupo parlamentar qualquer convite. O mesmo foi confirmado pelo PS: sem convite até agora. O BE confirmou o mesmo, acrescentando que o partido não se fará representar nas cerimónias religiosas previstas. O gabinete de imprensa do PCP explicou que, "do que se conhece, o programa da visita do Papa é inteiramente preenchido por compromissos religiosos, não havendo nenhum momento oficial associado à sua qualidade de chefe de Estado". O CDS respondeu que não houve convite e que a sua presidente, Assunção Cristas, irá os dois dias a título particular. Os Verdes indicaram que não houve convite, nem para o partido nem para o grupo parlamentar. E o PAN, também não.
Um programa de peregrino
O programa da visita do Papa é, de facto, apenas "em peregrinação ao Santuário de Fátima", como se escreve no site da Presidência, onde se acrescenta que foi "na sequência do convite feito pelo Presidente da República aquando da sua deslocação à Santa Sé", em março do ano passado, que Francisco aceitou participar no centenário dos acontecimentos de Fátima.
Entre a cerimónia de boas-vindas e a de despedida, o Papa resume a sua presença a Fátima e às cerimónias religiosas no santuário. Sem espaço na agenda para poder deslocar-se a Lisboa, desde cedo que o Vaticano insistiu que a visita tinha carácter estrito de peregrinação.
Na mesma ocasião, o Papa celebrará a canonização de Jacinta e Francisco Marto, que Marcelo se apressou a saudar. No texto dirigido aos católicos, lê-se que "o Presidente da República saúda e felicita a comunidade católica, crente em Fátima, pela decisão de canonização de Jacinta e Francisco Marto, que, certamente, conhecerá na próxima visita do Papa Francisco o culminar de um longo processo eclesiástico".