Partido de Macron a caminho da maioria absoluta
O partido do presidente Macron, que concorre em coligação com o Movimento Democrata (MoDem), deverá ter mais de 30% dos votos, seguindo-se Os Republicanos (direita), com 18% a 20%, a Frente Nacional (extrema-direita) com 17%, a França Insubmissa (esquerda) com 12% e os socialistas com apenas 7%, segundo as primeiras sondagens à boca das urnas.
A confirmarem-se estes números, o République en Marche terá a maioria absoluta na nova Assembleia, podendo eleger mais de 400 deputados, na soma das duas voltas, realizando-se a segunda no próximo domingo. Os Republicanos mais de 80.
A taxa de abstenção foi a mais elevada da 5.ª República, cifrando-se acima dos 50%. Em 2012, fora de 42,7%. A mais baixa na 5.ª República foi em 1978, com a vitória do RPR (direita, correspondente ao atual Os Republicanos), dirigido por Jacques Chirac.
O soberanista Dupont-Aignan, que a líder da FN escolheu para primeiro-ministro em caso de vitória nas presidenciais, comentou no Twitter: "A abstenção de hoje coloca gravemente em causa a legitimidade do futuro Parlamento". Noutras reações, a dirigente de Os Republicanos, Valérie Pécresse, considerou a vitória do partido de Macron o "risco de termos um partido único, um pensamento único, um programa único".
A vitória do En Marche confirma uma lógica eleitoral que se tem repetido desde 1981. Após a sua eleição, o novo presidente, desde François Mitterrand, obteve uma maioria da sua família política nas legislativas seguintes.
Desde 1988, quando a Assembleia passou a ter 577 lugares, nenhum partido chegou aos 400 deputados. Até agora, a mais expressiva maioria verificou-se em 2002, quando a antecessora de Os Republicanos, a UMP, elegeu 357 deputados.
Apresentaram-se 7877 candidatos para os 577 lugares do Parlamento.