Parlamento Europeu levanta imunidade a Marine Le Pen
O Parlamento Europeu decidiu esta quinta-feira, em plenário, levantar a imunidade de Marine Le Pen, candidata às presidenciais francesas, permitindo que a líder da Frente Nacional seja alvo de uma ação judicial por ter partilhado no Twitter imagens da violência do Estado Islâmico. A votação dos eurodeputados, feita por mão no ar, tem efeitos imediatos.
Le Pen está sob investigação em França por ter colocado na rede social três imagens gráficas de execuções do grupo terrorista, em dezembro de 2015, inclusivamente a cena de decapitação do jornalista norte-americano James Foley.
O sentido de voto dos eurodeputados confirmou uma decisão preliminar tomada na passada terça-feira pelo comité para os assuntos judiciais, que respondera afirmativamente ao pedido das autoridades francesas. A imunidade parlamentar permitia que Le Pen não fosse acusada; ao levantá-la, o Parlamento Europeu admite ações legais contra a candidata francesa.
Le Pen poderá agora ser acusada de "divulgação de imagens violentas", incorrendo numa pena até três anos de prisão e multa de 75 mil euros.
Le Pen denuncia instrumentalização
Marine Le Pen considerou hoje que há instrumentalização da justiça na campanha num momento em que tanto ela como o líder da direita, François Fillon, são alvo de processos judiciais. Questionada numa entrevista à cadeia LCP sobre se a justiça está instrumentalizada, Le Pen frisou: 'Sim, digo-o claramente".
Marine Le Pen queixou-se, em particular, da "lentidão" e "aceleração" dos procedimentos realizados "poucos dias antes das eleições presidenciais" e considerou que "alguns juízes de instrução podem ser objeto de pressões do Ministério Público e o Ministério Público pode ser objeto de pressão política do Ministério da Justiça".
A responsável considerou também que "há uma politização de uma parte da magistratura".
A líder da extrema-direita francesa e candidata presidencial, Marine Le Pen, recusou há dias prestar declarações à polícia no âmbito da investigação em curso sobre o uso indevido de fundos do Parlamento Europeu e a criação de empregos fictícios.
Marine Le Pen, que surge como uma das favoritas da corrida presidencial, disse à agência noticiosa francesa AFP que recusa ser interrogada por investigadores da unidade anticorrupção durante a campanha eleitoral.
A líder da Frente Nacional foi convocada na quarta-feira para ser ouvida pelos investigadores, mas, como também confirmaram fontes próximas do inquérito, a eurodeputada recusou ir.
Com Lusa