Parlamento confirma Medvedev como primeiro-ministro
A candidatura de Medvedev, apresentada pelo novo presidente russo, Vladimir Putin, obteve 299 votos a favor, tendo sido reprovada por 144 deputados.
Para um candidato ser aprovado para o cargo de primeiro-ministro, cuja designação é um direito exclusivo do chefe de Estado russo, necessita do apoio de pelo menos 226 deputados.
A Duma, também reconhecida como câmara de deputados, é composta por 450 membros.
A par do apoio do partido no poder, o Rússia Unida, que Medvedev lidera e que conta com 238 lugares parlamentares, o ex-presidente foi apoiado pelo Partido Liberal Democrático do ultranacionalista Vladimir Jirinovski.
O Partido Comunista e o movimento Rússia Justa, de índole social-democrata, votaram contra a candidatura de Medvedev.
Numa intervenção diante dos deputados, o novo primeiro-ministro russo propôs aprovar cinco programas prioritários nas áreas da educação, ciência e tecnologia, agricultura e indústria florestal, defesa do meio-ambiente e cultura.
Medvedev recusou ainda a proposta de adiar a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio e defendeu a melhoria do clima de investimentos do país.
Momentos antes da votação, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu na Duma que "não houve qualquer embuste ou jogo político" na indicação do antecessor na presidência, numa alusão às críticas sobre a troca de posições realizada entre os dois responsáveis.
"Sabem que eu tomei esta decisão há algum tempo e que a anunciei antes das eleições legislativas e presidenciais", declarou ainda o presidente.
Após dois dias de manifestações de protesto em Moscovo, em que a polícia fez centenas de detenções, Putin assinalou também que na chefia do governo Medvedev estará "aberto ao diálogo" com todas as forças políticas.
Vladimir Putin foi presidente da Rússia entre 2000 e 2008, ano em que se candidatou a primeiro-ministro por estar constitucionalmente impedido de cumprir um terceiro mandato presidencial consecutivo. Dmitri Medvedev sucedeu-lhe na presidência.
A 04 de março, Putin foi eleito com quase 64 por cento dos votos para a presidência, numa eleição a que os observadores internacionais e a oposição apontaram numerosas fraudes, e na segunda-feira, dia em que tomou posse, propôs Medvedev para a chefia do governo.