Para quem precisa de ventilação. O que é o medicamento que Trump está a tomar?

Corticoide é recomendado em casos de doentes que precisam de suporte ventilatório, desde administração suplementar de oxigénio à ventilação mecânica.
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O presidente norte-americano, Donald Trump, que foi diagnosticado com covid-19 na quinta-feira à noite, começou este sábado a receber tratamento com o corticoide dexametasona, informaram os médicos que o estão a acompanhar no Centro Médico Walter Reed.

A dexametasona é um medicamento corticosteroide (ou corticoide) -- hormona esteroide -- que começou a ser considerado como um potencial tratamento para a covid-19 devido à sua capacidade para reduzir a inflamação.

Trump estará a receber o medicamento depois de, por duas vezes, os seus níveis de oxigénio terem descido abaixo da saturação de 95% -- em pelo menos uma delas, ainda na Casa Branca, recebeu oxigénio suplementar.

Segundo o Infarmed, o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) considera a dexametasona uma opção de tratamento para os doentes que necessitam de suporte ventilatório (desde a administração suplementar de oxigénio até à ventilação mecânica).

O parecer positivo para o uso deste corticoide foi só dado em meados de setembro, depois de um estudo feito no Reino Unido. Segundo a Organização Mundial de Saúde, "para doentes ligados ao ventilador, o tratamento mostrou uma redução da mortalidade de um teço, e para doentes que requerem apenas oxigénio, a mortalidade foi cortada num quinto".

De acordo com o Infarmed, o parecer da EMA abrange "a possibilidade de utilização da dexametasona em adultos e adolescentes (a partir dos 12 anos de idade e que pesem pelo menos 40 kg) que requerem terapia suplementar com oxigénio".

"A dexametasona poderá ser administrada por via oral ou sob a forma de uma injeção ou perfusão (gota a gota) numa veia. Em qualquer uma das situações, a dose recomendada nos adultos e adolescentes é de 6 mg uma vez por dia, por um período que se pode estender até 10 dias", explica.

O uso da dexametasona parece entrar em contradição com o que os médicos do presidente dizem, alegando que ele está bem e a melhorar e que poderá até ter alta já esta segunda-feira, se continuar assim.

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