Papa leva Jesus ao Rio em dia de primeiros protestos

Na segunda intervenção proferida desde a sua chegada ao Brasil, o Papa Francisco declarou trazer consigo "algo mais valioso" do que todo o ouro e prata. Esse algo é Jesus Cristo e o seu exemplo de amor fraterno. Mas, pouco tempo depois do Papa argentino ter terminado a sua intervenção, já manifestações convergiram para o local onde estivera, envolvendo-se em confrontos com a polícia, que teve de recorrer a gás lacrimogéneo e canhões de água para os dispersar.
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O papa Francisco afirmou hoje no Rio de Janeiro, na cerimónia de boas-vindas e em português, que não levava "nem ouro, nem prata, mas algo mais valioso: Jesus Cristo".

"Não tenho ouro ou prata, mas trago comigo algo mais valioso: Jesus Cristo. Venho em seu nome para alimentar a chama do amor fraterno que arde em todos os corações e desejo que a minha saudação chegue a todos", afirmou Francisco na cerimónia que decorreu no Palácio de Guanabara.

Na presença da Presidente brasileira, Dilma Rousseff, o papa acrescentou que a visita ao Brasil vai além fronteiras, já que se deve à celebração no Rio das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) e à vontade de se encontrar com jovens de todo o mundo, "que falam diferentes línguas, pertencem a culturas diferentes e encontram em Cristo as respostas às mais altas e comuns aspirações e podem saciar a fome de uma verdade clara e de um genuíno amor que os une, acima de qualquer divergência".

"Cristo oferece espaço, sabendo que não pode haver energia mais poderosa do que aquela que nasce do coração dos jovens quando são seduzidos pela experiência da amizade com Ele. Cristo acredita nos jovens e confia-lhes o futuro da sua própria missão. Ide e fazei discípulos. Ide mais além das fronteiras humanamente possíveis e criem um mundo de irmãos", assinalou.

Passado algum tempo sob esta cerimónia, a polícia do Rio teve de reagir, já durante a noite, com gás lacrimogéneo e jatos de água contra um grupo e manifestantes que protestava nas proximidades do Palácio Guanabara, Rio de Janeiro, onde o papa Francisco estivera algum tempo antes.

Duas pessoas foram presas durante a manifestação por posse de material explosivo e desacato à autoridade, segundo informações da Polícia Militar.

O protesto, que reuniu cerca de 1500 pessoas, segundo estimativas não oficiais, concentrou manifestantes de natureza diversa, desde opositores ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, até representantes de entidades que lutam pelos direitos dos homossexuais.

A manifestação teve início do Largo do Machado e só depois seguiu em direção ao Palácio Guanabara, onde o papa Francisco foi recebido antes pela Presidente brasileira, Dilma Rousseff. Quando a confusão com a polícia ocorreu, o papa já tinha deixado o local em direção à residência da Sumaré, onde ficará hospedado.

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