O cabeça de lista do PAN por Lisboa visitou hoje um canil na Aroeira, da Associação dos Amigos dos Animais de Almada, no distrito de Setúbal, onde vincou a necessidade de fazer avançar várias alterações legislativas na área do bem-estar e proteção animal..Uma delas passa por "criar regras mais apertadas para aquilo que vulgarmente se chamam os criadeiros", disse André Silva, considerando que, "se é verdade que há pessoas que são profissionais que criam animais nas melhores condições, existem também muitas pessoas que fazem criação de animais sem quaisquer regras"..Durante a visita ao canil, Maria Helena Mascarenhas, presidente da associação responsável pelo espaço, queixou-se de estarem sinalizados casos de "criadeiros" em que as regras de proteção e bem-estar não são cumpridas, com animais maltratados e com fome e a serem vendidos apenas com duas semanas de vida.."Todos conhecem as más práticas e não lhes acontece nada e saem sempre impunes. É importante reforçar as regras de proteção animal e alterar a legislação", defendeu André Silva..Para André Silva, aquilo que encontrou naquele canil é o "paradigma" do país, em que "associações se substituem ao Estado durante décadas" na área da proteção dos animais, vendo-se muitas vezes sem apoio por parte das autarquias.."Muitas vezes [as câmaras municipais] não precisam de ter um centro de recolha oficial, não precisam de fazer investimentos avultados em recursos humanos ou infraestruturas. Basta fazerem protocolos com estas entidades", defendeu..O deputado do PAN considerou também que a criminalização do abandono dos animais "é absolutamente inócua", referindo que o abandono "só é crime se desse ato resultar algum problema físico por falta de abeberamento, alimentação ou falta de segurança"..No canil, a presidente da associação, que existe há mais de 30 anos, salientou que o espaço acolhe perto de 250 cães, mas que não tem apoio financeiro nem ajuda em campanhas de adoção por parte da Câmara de Almada..Maria Helena Mascarenhas vincou que o trabalho é feito de forma voluntária, sendo que hoje já é raro terem que comprar alimentação para os cães, face ao sucesso das campanhas de recolha de ração e das doações de particulares..Se a divulgação do trabalho da associação ajudou, a presidente da associação não tem dúvidas que a mudança de consciências das pessoas foi um aspeto fundamental.."De há 20 anos para cá, não há comparação. As pessoas estão muito mais preocupadas com o bem-estar animal", disse à agência Lusa Maria Helena Mascarenhas.