PAN apoia Ana Gomes nas presidenciais

Partido não vai ter candidato próprio e aposta na militante socialista, uma candidata "forte e independente que vai ao encontro dos valores do PAN". Ana Gomes diz-se "muito honrada" com o apoio.
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O PAN apoia a candidatura da socialista Ana Gomes às próximas eleições presidenciais. O anúncio foi feito há momentos por Inês Sousa Real, líder parlamentar do partido, numa conferência de imprensa na sede do partido.

Sublinhando que as próximas presidenciais serão um "combate pela democracia e pela defesa da Constituição" em que é preciso "assegurar a derrota do populismo anti-democrático", mas também, na segunda volta, do "conservadorismo" do atual Presidente da República, Inês Sousa Real anunciou o apoio a Ana Gomes, "uma candidata forte e independente que vai ao encontro dos valores do PAN".

"Nas próximas eleições é preciso assegurar não só a derrota clara do populismo antidemocrático, racista, machista, homofóbico e xenófobo, mas também conseguir derrotar à segunda volta o conservadorismo de um presidente que não demarca linhas vermelhas na salvaguarda ambiental e cuja candidatura representa o crescimento de um projeto de bloco central que é nefasto para a democracia", sublinhou a dirigente do PAN.

Afirmando que o "ideário e projeto políticos do PAN não poderiam auto-excluir-se deste processo que ocorre num momento tão determinante para o país", e sublinhando que o partido não tem de apresentar-se a todas as eleições, Inês Sousa Real defendeu que Ana Gomes é a "única candidata progressista, humanista, europeísta e que sente a emergência climática que vivemos". E a única que, pela sua transversalidade e independência, é "capaz de agregar diferentes campos políticos, ativismos, gerações e diferentes sensibilidades, capaz de levar a eleição a uma segunda volta e de vencer estas eleições" presidenciais.

Ana Gomes já reagiu a este apoio Numa declaração à agência Lusa, a candidata presidencial diz que "c​​​​​​ontactos havidos com o PAN permitiram identificar muitos pontos de convergência", entre eles "a necessidade premente de defender o meio ambiente, apoiar a transição climática e melhorar os direitos de pessoas e animais".

"É sabido que sou militante do Partido Socialista. Mas entendo que é no quadro de uma convergência de ideias mais alargada, com cidadãos, partidos e forças políticas progressistas que a minha candidatura a Presidente da República se deve situar. Afirmei desde logo esse propósito", salienta a antiga diplomata.

Ana Gomes manifestou a convicção de que a estabilidade que todos defendem para Portugal sairá reforçada "se a Presidente da República tiver a capacidade de acolher e de integrar na sua proposta apoios políticos alargados".

O PAN diz rever-se no "percurso meritório e corajoso de Ana Gomes ao serviço da defesa dos direitos humanos" e diz que Portugal "precisa de uma Presidente da República que demonstre também afecto pelo planeta e priorize os desafios ambientais" - um aspeto em que Ana Gomes "não vacila", mesmo "que isso vá contra os interesses do seu partido".

"Contrariamente a outros, Ana Gomes não confunde tortura com cultura e rejeita frontalmente as touradas bem como o seu financiamento público", apontou Inês Sousa Real.

Uma candidata que "não vacila perante totalitarismos e autoritarismos", que "não coloca os interesses económicos, a ideologia ou o patrão político acima da defesa dos valores democráticos", que "defende o projeto europeu e percebe que é no seio da União Europeia que conseguimos um Portugal com futuro".

O Pessoas-Animais-Natureza é o segundo partido a declarar oficialmente apoio à candidatura presidencial de Ana Gomes, depois de o Livre ter apoiado a ex-eurodeputada após uma consulta interna em que o nome da militante socialista recolheu 88,9% dos votos de membros e apoiantes do partido.

Além de Ana Gomes, estão já anunciados como candidatos Marisa Matias (que avança com o apoio do Bloco de Esquerda), João Ferreira (PCP), André Ventura (líder do Chega), Tiago Mayan Gonçalves (pela Iniciativa Liberal), Bruno Fialho (presidente do PDR), o ex-militante do CDS Orlando Cruz e Vitorino Silva (mais conhecido como Tino de Rans). Marcelo Rebelo de Sousa não anunciou ainda a sua recandidatura.

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