Países bálticos cortaram gás russo
O administrador da empresa de armazenamento de gás natural da Letónia disse que os estados bálticos já não importam gás natural russo. "Se ainda houvesse dúvidas sobre se poderia haver alguma confiança nas entregas da Rússia, os acontecimentos atuais mostram-nos claramente que não há mais confiança", disse Uldis Bariss, CEO da Conexus Baltic Grid.
"Desde 1 de abril o gás natural russo já não corre para a Letónia, Estónia e Lituânia", disse Bariss à rádio letã. Acrescentou que o mercado báltico estava atualmente a ser servido por reservas de gás armazenadas no subsolo na Letónia.
A mudança surge quando o presidente russo Vladimir Putin procura tirar partido do estatuto da Rússia como potência energética. Com a sua economia paralisada por sanções internacionais sem precedentes, Putin avisou os membros da UE de que teriam de criar contas em rublos para pagar o gás russo. Disse também que os contratos existentes poderiam ser suspensos se os pagamentos não fossem efetuados.
França e Alemanha, que dizem recusar as exigências de Moscovo, anunciaram a preparação para um cenário de racionamentos.
Enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido proibiram a importação de petróleo e gás russo, a União Europeia - que recebeu cerca de 40% dos seus fornecimentos de gás da Rússia em 2021 - manteve as entregas de Moscovo.
O presidente lituano Gitanas Nauseda apelou ao resto da UE a seguir o exemplo do Báltico.
"A partir deste mês - não haverá mais gás russo na Lituânia", disse no Twitter. "Há anos o meu país tomou decisões que hoje nos permitem, sem dor, romper os laços energéticos com o agressor", acrescentou. " Se nós conseguimos fazê-lo, o resto da Europa também consegue fazê-lo!"