Pai das gémeas Mortágua encontrado em Castelo Branco e "está bem"
Foi encontrado, bem de saúde, Camilo Mortágua, de 87 anos, pai das gémeas Joana e Mariana Mortágua, as deputadas do Bloco de Esquerda. Segundo o JN, foi localizado num hotel em Castelo Branco.
No Twitter, Joana Mortágua confirma o aparecimento do pai. "Obrigada por tudo. Estamos bem e orientadas, passou o susto. Pai em casa", escreveu a deputada na rede social.
De acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja, Camilo Mortágua foi localizado "em Castelo Branco" e "está bem". A informação foi recebida pelo CDOS às 00:53, tendo por base os Bombeiros de Alvito, que receberam a informação da GNR local.
Camilo Mortágua foi dado como desaparecido no domingo. Nesse dia à noite, fonte da GNR tinha dito à Lusa que as autoridades estavam a realizar buscas para encontrar Camilo Mortágua, desaparecido desde a manhã desse dia em Alvito, no distrito de Beja.
A mesma fonte indicou que o desaparecimento foi dado pela sua mulher, cerca das 14:30 de domingo, no posto da GNR, em Alvito.
Segundo a fonte da Guarda, o homem tinha falado em casa de uma possível deslocação na sua viatura ao Fundão, no distrito de Castelo Branco, onde "tem ligações", não sendo conhecido, cerca das 22:45, o seu paradeiro, não tendo sido igualmente localizado o veículo.
As buscas, envolvendo a GNR e bombeiros da corporação de Alvito, estavam a decorrer no concelho de Alvito e em vários locais, nomeadamente nas zonas de Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo e no Fundão, acrescentou a fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Uma patrulha do destacamento de trânsito da GNR esteve a efetuar o trajeto entre Alvito e o Fundão, no sentido de localizar o homem e a viatura.
Além da GNR, estavam envolvidos nas buscas cinco bombeiros, apoiados por duas viaturas da corporação de Alvito, de acordo com o CDOS.
Segundo o JN, Joana Mortágua teve conhecimento do desaparecimento do pai quando estava, numa ação de campanha do BE com Catarina Martins, em Ferreira do Alentejo, tendo-se deslocado para a casa da mãe, a cerca de 30 quilómetros.
Dirigente da Liga de Unidade e Ação Revolucionária (LUAR), em 1961, Camilo Mortágua participou, juntamente com Amândio Silva, Fernando Vasconcelos, João Martins, Maria Helena Vidal e Hermínio da Palma Inácio, no assalto ao 'cockpit' de um avião da TAP que cumpria a rota entre Casablanca, em Marrocos, e Lisboa, logrando a distribuição de milhares de panfletos contra o regime fascista de Salazar, enquanto o aparelho sobrevoava a capital e outros pontos do país.
Também em 1961, integrou a "Operação Dulcineia", que culminou no desvio do paquete português "Santa Maria", com 600 passageiros e 350 tripulantes, no mar das Caraíbas.
Em 1967, Camilo Mortágua, na altura com 34 anos, participou no assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, para financiar ações contra a ditadura.
Já depois da queda do regime em Portugal, Mortágua participou em abril de 1975 na ocupação da herdade da Torre Bela.
Em 2005, Camilo Mortágua foi agraciado pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem da Liberdade, que distingue serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação do Homem e à causa da liberdade.