Os três Kim norte-americanos que o Kim norte-coreano libertou

Os três estavam detidos na Coreia do Norte. Foram libertados e estão a caminho dos EUA.
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Kim Sang-duk, Kim Hak Song e Kim Dong Chul são os três norte-americanos libertados pelo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, antes do seu encontro bilateral com Donald Trump. O presidente dos EUA anunciou no Twitter que os três já estão no avião a caminho de casa, com o secretário de Estado Mike Pompeo.

Kim Sang-duk

Conhecido como Tony Kim, este norte-americano nascido há 59 anos na Coreia do Sul passou um mês a ensinar contabilidade na Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang (fundada por evangélicos em 2010) antes de ser detido no aeroporto da capital norte-coreana, em abril de 2017, quando deixava o país. Os media locais dizem que foi detido por "atos hostis" contra o governo.

De acordo com um responsável da universidade, a sua detenção não esteve ligada à sua atividade de ensino. Kim Sang-duk esteve também envolvido com programas de ajuda às crianças nas zonas rurais da Coreia do Norte, tento trabalhado com orfanatos. A agência de notícias sul-coreana Yonhap descreveu-o como "um homem muito religioso".

A família de Tony Kim, um ex-professor da Universidade de Ciências e Tecnologia de Yanbian, na China (próximo da fronteira com a Coreia do Norte), não teve contacto com ele desde a sua detenção. "Estamos muito gratos pela libertação do nosso marido e pai", indicaram ontem os familiares em comunicado.

Kim Hak Song

Também foi professor na Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, gerindo a quinta experimental da Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida. A universidade tem vários professores norte-americanos e os seus alunos são geralmente os filhos das elites.

Kim Hak Song foi preso em maio, acusado de "atos hostis" contra o governo, quando ia embarcar num comboio na capital norte-coreana com destino à cidade chinesa de Dandong, na fronteira.

Filho de coreanos nascido em Jilin, na China, estudou numa universidade californiana. Regressou à China após passar mais de uma década nos EUA, segundo a CNN. Tem mais de 50 anos.

Kim Dong Chul

De origem coreana, é um homem de negócios e missionário de 64 anos. Foi condenado em março de 2016 a dez anos de trabalhos forçados por subversão e espionagem.

Segundo a agência oficial de notícias norte-coreana, KCNA, terá sido detido em outubro de 2015 na posse de uma pen USB com dados sobre o nuclear e outras informações militares. Kim Dong Chul admitiu a espionagem a mando dos governos norte-americano e sul-coreano e pediu desculpas pelos seus crimes. No passado, outros norte-americanos que foram libertados admitiram ter sido forçados a fazer as confissões.

Numa entrevista à CNN, em janeiro, explicou ter recebido o material de um antigo soldado norte-americano. Dizia viver em Fairfax, na Viriginia, e contava ter tido uma empresa de comércio e serviços hoteleiros em Rason, zona económica especial na Coreia do Norte próxima da fronteira com a China e a Rússia.

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