Os segredos de John John para ser bicampeão mundial
Como disse Kelly Slater no ano passado em Peniche, após o primeiro título mundial do protegido John John Florence, "finalmente o surfista preferido do mundo do surf venceu". E agora duas vezes seguidas, depois do título mundial conquistado, esta segunda-feira, no Havai. Nada mal para o havaiano, que antes era criticado por não ter espírito competitivo.
John John gostava mais de praticar freesurf (viajar e fazer surf livre) e quando muitos o viam como o sucessor de Andy Irons, ele queria era filmar manobras com a prancha. "Sempre fui muito ligado ao freesurf, filmando, fazendo participações em filmes, tentando fazer o maior aéreo possível. Mas, no ano passado, eu pensei: "Ok, não vou fazer mais nenhum filme e vou colocar todo o meu esforço nas competições. Acho que foi neste ponto que tudo mudou. Aproveitei o tempo ao longo do ano para ver tudo o que eu poderia fazer para competir melhor. Fiz isso no ano passado, e agora mais ainda", contou John John depois de lançar Blue Moon, o seu último filme de surf com os amigos.
Tudo mudou em 2016, com a ajuda do australiano Bede Durbidge e do atual treinador Ross Williams. E foi logo recompensado com o título em Portugal e agora o bicampeonato. "Tem sido divertido. O surf de competição é uma forma totalmente diferente de surfar para mim. Passei muito tempo fazendo freesurf, claro que é divertido e eu vou querer voltar um dia, mas, no momento, quero competir mais", disse o surfista de 25 anos, o campeão da regularidade.
John John venceu este ano em Margaret River, foi terceiro na Gold Coast, em Bells Beach, Trestles e Hossegor, e garantiu o 5.º lugar em Jeffreys Bay, Taiti e Peniche.
Na segunda-feira, após a eliminação de Gabriel Medina nos quartos-de-final em Pipeline, John John festejou o segundo título mundial. A festa havaiana só não foi perfeita porque o francês Jeremy Flores ganhou o título do Pipe Masters, nas praias de Haleiwa onde Florence cresceu e começou a surfar.
Kikas falhou rookie do ano
Cinquenta pontos separaram Frederico Morais do título de rookie de 2017. Kikas foi eliminado logo na 2.ª ronda do Billabong Pipe Masters 2017, no Havai, a última etapa do circuito mundial e viu o australiano Connor O"Leary ir mais longe na prova e ganhar o troféu de melhor estreante da liga mundial.
No primeiro ano como membro do circuito mundial de surf, o surfista de 25 anos terminou em 14.º lugar e tornou-se o primeiro português a chegar a uma final de uma etapa e com possibilidade de a vencer. Foi em J-Bay Open, na África do Sul - perdeu para Filipe Toledo -, a onda preferida de Kikas, que terminou a prova em segundo lugar.
"O que de melhor tiro deste ano é mesmo a requalificação e o facto de poder viver tudo isto novamente no próximo ano. Não estou feliz por o ano ter terminado como terminou, mas posso dizer que me diverti muito em 2017 e que senti o apoio de todos", escreveu Frederico Morais, no Facebook, em jeito de balanço, antes de prometer trabalhar para melhorar o seu surf e desejar "um bom inverno com boas ondulações" para praticar.