Os perigos que se escondem por detrás das escadas rolantes

Em Portugal acidentes mais comuns são quedas sem gravidade e sapatos entalados. Caso na China, onde uma mulher morreu, é situação "anormal".
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Em Portugal estima-se que existam 1700 escadas rolantes. Apesar de ser poucas, sobretudo quando comparadas com o número de elevadores, os acidentes são relativamente comuns. Sobretudo quedas e sapatos presos no mecanismo, embora não existam dados oficiais. A Associação Nacional dos Industriais de Elevadores e Escadas Rolante (AINEER) garante que os equipamentos são seguros, mas defende inspeções anuais nos locais com maior utilização e legislação que obrigue a atualização dos mesmos. José Pirralha, presidente da AINEER, diz que não há memória de um acidente em Portugal como o que aconteceu na China. "É uma situação "anormal e nunca vista".

"Somos dos poucos países que, além das manutenções obrigatórias, tem também inspeções obrigatórias de dois em dois anos. São máquinas seguras do ponto de vista de construção, mas por um conjunto de razões são geradoras de um número bastante elevado de acidentes. Não nos podemos esquecer que os utilizadores estão em contacto direto com o equipamento em funcionamento. Não falando dos acidentes provocados pelo uso indevido, os acidentes mais frequentes são quedas, por exemplo provocadas por paragens bruscas ou grande aglomeração de pessoas à saída, e entalamento relacionado com calçado mais flexível como ténis."

A AINEER defende inspeções mais frequentes e legislação que obrigue a maior atualização dos equipamentos para minimizar os riscos de acidentes. "Embora inspeções de dois em dois anos seja um período aceitável, nós pretendemos reduzir esse período para um ano nos locais de grande afluência de público, como estações e centros comerciais, onde o uso é constante e há maior desgaste do material, podendo potenciar o risco de acidentes. Do ponto de vista da associação devia existir legislação para obrigar à atualização dos equipamentos para que ao mesmo tempo que aumenta o conhecimento se tomem as medidas necessárias para evitar eventuais acidentes", aponta. Exemplo é a existência de proteções junto dos degraus que os modelos mais recentes têm para evitar sapatos e roupas presas.

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