À 5.ª edição, o Verão Clássico dá mais um salto: 200 alunos, mais 30 do que em 2018. Mas é mais impressionante ainda nos participantes estrangeiros: um acréscimo de 59% e, pela primeira vez, a paridade com o número de portugueses, atestando a atratividade alcançada em meros quatro anos por este evento no panorama internacional..Filipe Pinto Ribeiro, diretor artístico e pedagógico, prefere falar numa "consolidação" apoiada em quatro fatores: "A procura forte registada; o reconhecimento e a sinalização internacional deste evento; os conceito e formato do Festival, ambos estabilizados; e as parcerias estabelecidas, que vemos como uma rede destinada a crescer, tanto dentro como fora." Uma atratividade que também se revela no facto de "pela primeira vez, todas as classes estarem cheias - não sobrou uma vaga! -, bem como na considerável quota de participantes repetentes que registamos!"..Olhando para o quadro de professores, é difícil não colocar oVerão Clássico entre o que de melhor se faz no mundo neste domínio. "Tenho a perceção clara de que o quadro de docentes (e músicos) é de absoluta excelência e talvez isso explique o desejo de vários professores de prestigiadas escolas internacionais de um dia integrarem esta 'família'", confirma Pinto Ribeiro, para quem "qualidade gera regularidade e fiabilidade e ambas geram procura". E esta tornou-se quase um problema: "Tivemos de estabelecer um numerus clausus generalizado face ao número de inscrições neste ano, mas, mesmo assim, continuámos a receber pedidos 'desesperados' fora de prazo!".Face à concorrência internacional (que é muito forte), acrescenta: "Algumas das melhores academias mundiais têm meios para atribuir bolsas aos alunos que cobrem boa parte das despesas inerentes, ao passo que no Verão Clássico não temos nada disso: fica tudo por conta deles." O que reforça a sua perceção de que "neste momento, muitos alunos já colocam o Verão Clássico nas suas agendas anuais, antes mesmo de saberem que professores irão estar cá, pois têm confiança na excelência do que lhes é oferecido"..Novidade em 2019 é a inclusão de masterclasses de canto: "Já pensávamos nisso há um par de anos e os pedidos eram muitos e insistentes, pelo que decidimos que era desta." A professora, russa de origem, integra a companhia da Ópera Estatal de Berlim desde 2004 e ensina numa das escolas superiores da capital alemã..Nas classes verifica-se um claro predomínio do piano e das cordas (asseguram 12 dos 15 "mestres"): "A oferta reflete a apetência genérica dos alunos de piano e cordas por este tipo de iniciativas. Claro que a distribuição varia a cada ano, mas dificilmente esses instrumentos perderão o predomínio." Completam a equipa o clarinete e o oboé: "Em 2020 queremos incluir mais um instrumento de sopro, mas mantendo o canto.".O ADN do Verão Clássico é a articulação entre a vertente formativa (masterclasses de instrumento e de música de câmara) e a vertente performativa, com concertos diários a cargo, seja dos professores (concertos Masterfest), seja dos alunos: concertos Talentfest - "eles adoram estes momentos e levam-nos muito a sério, como se fossem concertos profissionais, apesar da informalidade do formato". Dois deles serão reservados aos laureados dos prémiosVerão Clássico. Parcerias com orquestras e festivais nacionais asseguram posterior visibilidade aos premiados..A completar a oferta, há Técnica Alexander - "é o 3.º ano em que temos e é um sucesso enorme: quase 3/4 dos participantes inscreveram-se também nas sessões" - e uma conferência-recital subordinada a Einstein e aos seus dois "amores": a física teórica e o violino. Orador será o físico britânico Brian Foster, absoluta autoridade neste domínio..Planos para o futuro passam pela manutenção/expansão do canto e pela criação de uma orquestra do Festival, entre outros projetos, "mas apenas - ressalva Filipe Pinto Ribeiro - "na garantia de que mantemos os padrões qualitativos de excelência que alcançámos nas áreas que já oferecemos". Para manter, são os protocolos estabelecidos com a Orquestra Geração e com o Conservatório de Bragança..No panorama desafogado de Belém, o céu não tem limites!.5.º Festival e Academia Verão Clássico.Centro Cultural de Belém.entre este domingo e dia 6 de agosto.Diretor artístico e pedagógico: Filipe Pinto Ribeiro.Concertos de professores (4) e de alunos (6).Todos os eventos (classes, concertos, conferência) são abertos ao público, mediante pagamento, variável para cada caso..toda a programação em: www.veraoclassico.com