Opositor russo Alexei Navalny recebe alta após 32 dias no hospital

Líder da oposição russa recebeu alta da unidade de saúde de Berlim onde se encontrava internado
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O líder da oposição russa Alexei Navalny, que o Ocidente acredita ter sido envenenado com o agente neurotóxico Novitchok, recebeu alta hospitalar após 32 dias, disse esta quarta-feira a unidade de saúde Berlim que o tratava.

"Com base no progresso do paciente e na condição atual, os médicos que tratam acreditam que a recuperação completa é possível", disse o hospital Charite num comunicado.

Alexei Navalny afirmou esta segunda-feira que a substância Novitchok foi encontrada no seu organismo e também sobre o seu corpo e exigiu que Moscovo lhe entregue a roupa que usava, considerada uma "prova vital".

"Antes da autorização para ser transportado para a Alemanha, retiraram-me toda a roupa e enviaram-me completamente nu. Atendendo a que o Novitchok foi encontrado sobre o meu corpo e que é muito provável um método de infeção por contacto, as minhas roupas são uma prova material muito importante", escreveu Navalny no seu blogue.

"Exijo que as minhas roupas sejam cuidadosamente embaladas num saco de plástico e me sejam devolvidas", acrescentou o opositor, que ainda se encontra em convalescença num hospital de Berlim.

Alexei Navalny sentiu-se mal durante um voo, na Rússia, a 20 de agosto, e foi de início admitido num hospital siberiano antes de ser transferido para a Alemanha, onde foi concluído que foi vítima de um envenenamento por Novitchok, uma substância neurotóxica concebida por especialistas soviéticos e com fins militares.

Moscovo rejeitou essa possibilidade, apesar das conclusões nesse sentido de laboratórios da Alemanha, França e Suécia.

Segundo apoiantes de Navalny, foram ainda encontrados vestígios de Novitchok numa garrafa de água recolhida no seu quarto de hotel na Sibéria.

Navalny também criticou os inquéritos preliminares efetuados pela polícia de transportes russos devido à sua hospitalização após a doença no avião, sem que tenha sido iniciado um inquérito oficial. "Foi como ter escorregado num supermercado e partido uma perna".

Numa outra publicação no Instagram, Navalny prestou homenagem à sua mulher Iulia quem durante as suas três semanas em coma induzido, "vinha falar, cantar canções e pôr música".

"Agora, sei por experiência própria que o amor cura e nos transporta para a vida", acrescentou.

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