Oposição alia-se e fica à frente de Orbán em sondagem

O descontentamento em relação ao rumo do país aumentou e o escândalo do eurodeputado apanhado a fugir de uma orgia contribuiu para um novo fôlego da oposição.
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Motivados pelas sondagens, quase todos os partidos da oposição húngaros acordaram no domingo em formar uma frente unida com o objetivo de tirar do poder o primeiro-ministro Viktor Orbán nas eleições legislativas de 2022.

A mais recente sondagem, realizada pela Median indica que 41% dos eleitores escolheriam um partido da oposição em comparação com 39% para o Fidesz. Já no dia 11 de dezembro uma sondagem da empresa Závecz atribuía 52% à aliança da oposição e 48% ao partido de Órban.

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Segundo a Závecz o Fidesz perdeu 6 pontos percentuais do seu apoio, ou seja, cerca de meio milhão de eleitores, entre agosto e dezembro.

Esta empresa de sondagens já tinha notado a ligeira queda na popularidade do Fidesz em setembro. Um mês mais tarde, informou que entre agosto e novembro o Fidesz tinha perdido 4% do seu apoio e uma hipotética aliança da oposição poderia vencer o partido governamental.

Partidos liberais, verdes, socialistas e até o antigo partido de extrema-direita Jobbik querem "devolver à nação a liberdade e prosperidade prometidas" quando o comunismo caiu há três décadas, afirmaram numa declaração.

A aliança da oposição é a primeira desde que Orbán e o seu partido cada vez mais populista, nacionalista e conservador ascendeu ao poder na Hungria, em 2010.

Ao abrigo do novo pacto, os partidos vão realizar primárias conjuntas para selecionar um único candidato em cada círculo eleitoral e uma única lista nacional para o elemento proporcional da votação. Prometem nunca cooperar com o partido Fidesz e nunca escolher como candidato "aqueles que participaram nos crimes de corrupção característicos do seu regime".

Os líderes da oposição também querem abrir arquivos comunistas secretos, combater a má utilização dos fundos públicos e europeus e restaurar o Estado de direito e a liberdade de imprensa.

Prometem tornar o Supremo Tribunal independente e reescrever a Constituição, que tem sido frequentemente alterada sob Orbaán, incluindo uma alteração recente que exclui os casais homossexuais da adoção.

Orbán, há muito acusado de minar a democracia e o Estado de direito, foi notícia ao fazer finca-pé ao novo orçamento europeu em conjunto com o homólogo polaco porque os estados-membros estão dependentes do respeito pelo Estado de direito para receberem as verbas comunitárias.

A sondagem da Median revela que o escândalo do eurodeputado József Szájer fez mossa na popularidade do partido no poder. O então eurodeputado foi identificado no final de novembro pela polícia belga a fugir de um bar onde decorria uma orgia gay, em pleno recolher obrigatório. Casado com uma juíza do Tribunal Constitucional, este político, fundador do Fidesz, era próximo de Orbán.

O Fidesz discrimina as minorias sexuais e defende o casamento tradicional.

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