ONU autoriza "todas as medidas" contra Estado Islâmico
O Conselho de Segurança da ONU adotou hoje uma resolução que autoriza todos os países com capacidade a utilizarem "todas as medidas necessárias" para atuar contra o grupo extremista Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
A resolução, aprovada por unanimidade, foi apresentada pela França em resposta aos atentados do passado dia 13 em Paris, que provocaram pelo menos 130 mortos.
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O texto propõe "aumentar e coordenar" a luta antiterrorista e manifesta a intenção de reforçar as sanções contra cidadãos e entidades relacionados com o grupo extremista Estado Islâmico. E também contra o grupo Front el-Nosra e todos os grupos, empresas e entidades ligadas à Al Qaeda.
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O documento pede ainda para que seja feito um maior esforço para deter o fluxo de combatentes estrangeiros que viajam para o Médio Oriente.
O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, saudou a adoção da resolução e referiu, em comunicado, que esta mostra a vontade mundial para lutar contra o grupo extremista Estado Islâmico.
[citacao:Agora é importante que todos os países se comprometam de forma concreta nesta luta]
"Seja por meio de ações militares ou na busca de soluções políticas ou na batalha contra o financiamento do terrorismo", disse o ministro francês.
A resolução não dá qualquer base legal para uma ação militar e não invoca o capítulo VII da Carta da ONU que autoriza o uso da força.
Mas, segundo diplomatas franceses, dá um apoio político internacional importante para a campanha contra o grupo extremista, que aumentou de intensidade desde os ataques do passado dia 13 em Paris, que provocaram a morte a pelo menos 130 pessoas.
A resolução apela aos Estados-membros da ONU que "têm capacidade para o fazer para tomarem as medidas necessárias, em conformidade com o direito internacional, no território controlado pelo grupo extremista Estado Islâmico, conhecido por Daesh, na Síria e no Iraque".
Descrevendo o Daesh como uma "ameaça global e sem precedentes à paz e à segurança internacional", a resolução apela a sanções e exorta os países a intensificar os esforços para controlar o fluxo de combatentes estrangeiros com destino ao Iraque ou à Síria.
Acredita-se que o líder dos ataques em Paris, um belga de origem marroquina, de 28 anos, viajou para a Síria para ser treinado como um agente na Europa.
A resolução "condena de forma inequívoca nos termos mais fortes os terríveis ataques terroristas" em Paris e em Beirute, mencionando também a violência na Tunísia, Turquia e Egito.
A França apresentou a resolução ao Conselho de Segurança da ONU na quinta-feira e a votação ocorreu exatamente uma semana depois dos ataques de Paris, reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há duas semanas, um avião russo caiu na sequência da explosão de uma bomba a bordo, provocando a morte a 224 pessoas.
Hoje, um ataque a um hotel de luxo no Mali provocou a morte a 27 pessoas.