OMS declara Monkeypox emergência global de saúde pública

A Monkeypox afetou mais de 15 800 pessoas em 72 países, de acordo com uma contagem do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) publicada no dia 20 de julho.
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A Organização Mundial de Saúde declarou este sábado a doença Monkeypox como uma emergência de saúde pública global.

"Decidi declarar uma emergência de saúde pública de alcance internacional", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em conferência de imprensa, afirmando que o risco no mundo é relativamente moderado, exceto na Europa, onde é alto.

Tedros explicou que o comitê de especialistas não conseguiu chegar a um consenso e permaneceu dividido sobre a necessidade do nível mais alto de alerta. Em última instância, a decisão cabe ao diretor-geral.

"É um apelo à ação, mas não é o primeiro", disse Mike Ryan, chefe de emergências da OMS, que espera que o alerta leve a uma ação coletiva contra a doença.

Desde o início de maio, foi detetado um aumento incomum de casos fora dos países da África Central e Ocidental onde o vírus é endémico, espalhando-se por todo o mundo, com um alto número de infeções na Europa.

A monkeypox - detetada pela primeira vez em humanos em 1970 - é menos perigosa e contagiosa do que a varíola, erradicada em 1980. Na maioria dos casos, os pacientes são homens relativamente jovens, que têm relações homossexuais e geralmente vivem em cidades, disse a OMS.

De acordo com um estudo do New England Journal of Medicine com 528 pessoas em 16 países - o maior até o momento - 95% dos casos foram transmitidos sexualmente.

"Esta forma de transmissão representa uma oportunidade para intervenções de saúde pública direcionadas e um desafio, pois as comunidades afetadas em alguns países enfrentam formas de discriminação com risco de vida", disse Tedros.

O diretor-geral da OMS também enfatizou que "há uma preocupação real de que homens que fazem sexo com homens possam ser estigmatizados ou culpados pelo surto, tornando mais difícil rastrear e conter" os casos.

Na sexta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou estender o uso de uma vacina contra a varíola para combater a propagação da monkeypox, que já é usada em vários países.

Em 2013, a UE aprovou a vacina Imvanex, da empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, para prevenir a varíola. O seu uso agora é estendido devido à sua semelhança com o vírus da monkeypox.

A OMS recomenda vacinar as pessoas de maior risco, bem como os profissionais de saúde que possam estar expostos à doença.

A Monkeypox afetou mais de 15 800 pessoas em 72 países, de acordo com uma contagem do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) publicada no dia 20 de julho.

No dia 23 de junho, a OMS convocou um comité de emergência para decidir se a monkeypox constituía uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, o nível de alerta mais elevado da agência de saúde da ONU.

A maioria informou Tedros que a situação naquele momento não havia atingido o limite. A segunda reunião foi convocada para a última quinta-feira, face ao aumento do número de casos, na qual Tedros confessou estar preocupado.

"Preciso do vosso conselho para avaliar as implicações imediatas e de médio prazo para a saúde pública", comunicou Tedros aos especialistas, na reunião que durou mais de seis horas.

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