Olga Roriz estreia 'Terra' e prepara ano de celebrações

Olga Roriz estreia hoje o espetáculo <i>Terra</i>, no Centro Cultural de Belém, no momento em que prepara para 2015 um ciclo de comemoração dos 20 anos da companhia.
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O espetáculo pode ser visto apenas hoje e amanhã no CCB, em Lisboa.Depois, Terra vai apresentar-se em setembro em Almada e, no próximo ano, vai estar em digressão pelo país. No ano em que a companhia celebra os 20 anos, no mesmo ano em que Olga Roriz festeja os 60 anos de vida e os 40 anos de carreira. Tantos números redondos são um bom motivo para celebrar e a companhia vai ter um ano muito agitado, com a remontagem de cinco espetáculos antigos.

As celebrações começam ainda em 2014, com Olga Roriz a apresentar um solo seu em ante-estreia, na Culturgest, em Lisboa. Em 2015, a companhia começa por apresentar Pets (2011) e A Cidade (2012) no Teatro São Luiz, em Lisboa. Depois, é a vez do Centro Cultural de Belém mostrar Propriedade Privada (1996). A companhia segue para o Teatro São João, no Porto, para fazer Terra (2014) e A Sagração da Primavera (2010). E, por fim, o espetáculo Daqui em Diante (2010) estará no Teatro Camões, em Lisboa.

A 'Terra' que suja os corpos

Na última criação com a sua companhia, Olga Roriz andou pela Cidade (2012). Desta vez, numa espécie de continuação mas também em contraponto, lança-se à Terra."Esta terra não é uma terra de tradição, não é uma terra-mãe, não é uma terra planeta, é mesmo a terra, a terra que suja, a terra onde nós vamos acabar", explica a coreógrafa. A terra que está lá , verdadeiramente, espalhada pelo palco, e que à medida que o espetáculo avança há de estar também nas roupas, nos cabelos, na pele dos intérpretes - Maria Cerveira, Marta Lobato Faria, Bruno Alexandre, Bruno Alves e Patrícia Henriques. "No final parecem mineiros."

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Depois de fazer Orfeu e Eurídice com a Companhia Nacional de Bailado e Bits & Pieces, com a Companhia Paulo Ribeiro, Olga Roriz queria voltar à sua companhia e tinha "vontade, mesmo necessidade, de ter um espetáculo em que trabalhasse a parte física, obviamente com uma dramaturgia por trás, mas sem textos nem canções, que fosse muito coreográfico", explica.

A viagem da cidade para a terra é bastante visível - tudo começa com um grupo de pessoas, de uma época incerta, que da relação de indiferença ou até mesmo nojo que tem com a natureza passa a, progressivamente, aproximar-se da terra. "Começam a desfrutar e a confundir-se com a terra, até já não se saber o que é animal e o que é humano. O contraste com o início é muito grande", explica Olga Roriz. "Em termos de movimentos, fui buscar coisas aos rituais e aos arquétipos da dança, inspirámo-nos um bocadinho nos movimentos dos animais e das plantas."

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