A Austrália está a explorar a possibilidade de a Organização Mundial de Saúde , através do secretário-geral António Guterres, nomear um investigador independente sobre a resposta mundial à pandemia, e em particular à resposta inicial da China, onde o vírus eclodiu, e da Organização Mundial de Saúde (OMS), agência da Nações Unidas..O presidente dos Estados Unidos anunciou na semana passada a suspensão do financiamento da OMS depois de ter acusado a organização de ter reagido tarde demais face à epidemia e que se limitou a reproduzir as informações prestadas por Pequim. Trump recebeu uma chuva de críticas pela decisão de deixar a agência sem financiamento. Os EUA são o maior patrocinador da OMS, com mais de 500 milhões de euros no biénio 2018-2019..Ao reagir criticamente ao anúncio de Trump, Guterres afirmou que "este não é o momento" para reduzir o financiamento da agência com sede em Genebra, mas reconheceu a necessidade de olhar para trás. "Uma vez voltada a página desta epidemia, será tempo de rever para compreender como uma tal doença pode acontecer e alastrar tão rapidamente a sua devastação por todo o mundo."."As lições aprendidas serão essenciais para gerir eficazmente desafios semelhantes, se surgirem no futuro", acrescentou..Caçador e guarda ao mesmo tempo.Para Camberra, o momento de aprender as lições é agora. A ideia foi levantada em primeiro lugar pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Marise Payne, e recebeu o apoio do principal partido da oposição.."Precisamos de conhecer o tipo de pormenores que uma análise independente nos permitiria identificar sobre a génese do vírus, sobre as abordagens para lidar com ele e sobre a abertura com que a informação foi partilhada", afirmou Payne, que iria falar com o presidente francês e com a chanceler alemã sobre o tema.."Tenho dúvidas de que a organização que tem sido responsável pela divulgação de grande parte do material de comunicação internacional e pela realização de grande parte do trabalho de investigação e envolvimento precoce, possa também assumir o papel de órgão de avaliação. Isso parece-me ser de um caçador furtivo e guarda ao mesmo tempo", afirmou a ministra, como se lê no Sydney Morning Herald ..O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China reagiu, negando a pretensão de um inquérito e dizendo que a Austrália não deve "seguir cegamente" os apelos a um inquérito global. Pequim acusou os EUA de fazerem uma campanha de "difamação e estigmatização", que manipulou politicamente outros países contra Pequim e a OMS..O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, disse que as acusações desrespeitaram "os enormes esforços e sacrifícios do povo chinês" na luta contra o contágio..Mas o primeiro-ministro australiano não baixou os braços e depois de ter conversado com o bilionário Bill Gates (maior contribuinte do orçamento da OMS a seguir aos EUA) sobre a Organização Mundial de Saúde e a importância de uma vacina, voltou a defender a importância de um inquérito à origem do vírus e à forma como o problema foi atacado.."Penso que independentemente de onde um vírus possa surgir é importante para a saúde pública a nível global que haja transparência na forma como se pode ter acesso a esta importante informação mais cedo. Por isso, não se trata de uma questão de crítica, mas sim de uma questão importante para a saúde pública", disse Scott Morrison..Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram que iriam investigar a possibilidade de o vírus ter atingido a população humana devido a uma fuga num laboratório em Wuhan..De acordo com o Washington Post, relatórios do Departamento de Estado norte-americano dizem que um diplomata e um cientista da embaixada visitaram várias vezes o laboratório do Instituto de Virologia, em 2018, numa altura em que estava a realizar estudos sobre coronavírus. Após a sua visita, os funcionários manifestaram a sua preocupação quanto a medidas de segurança inadequadas nas instalações..O inquérito vai avançar na Comissão da Segurança Interna do Senado depois de os seus membros terem enviado uma carta com perguntas ao diretor da OMS, Tedros Ghebreyesus, sobre "a resposta falhada e atrasada" da agência..Acusações de espionagem.As relações da China com a Austrália não estavam famosas. Em novembro, o primeiro-ministro australiano comentou de "profundamente perturbadoras" as notícias de que Pequim teria tentado financiar uma campanha eleitoral para instalar um espião no Parlamento. O homem em questão, um vendedor de automóveis sino-australiano de 32 anos, não foi eleito e acabou por morrer em circunstâncias não aclaradas em março do ano passado..Há um mês o regime comunista acusou formalmente de espionagem o escritor australiano de origem chinesa Yang Hengjun. Tinha sido detido em janeiro de 2019 e Camberra apelava desde então para a sua libertação, até por razões de saúde. "O facto de a nossa defesa incessante do Dr. Yang não ter sido reconhecida não se inscreve no espírito de respeito e confiança mútuos", declarou a ministra Payne. Para Pequim a declaração da ministra australiana foi "deplorável" ..Advogados processam Xi.A pressão faz-se também pelas vias legais. De acordo com o canal australiano 7 News há pelo menos três processos judiciais nos EUA, onde já morreram mais de 45 000 pessoas devido ao vírus..Uma sociedade de advogados da Florida vai processar a China e o seu presidente, Xi Jinping, em nome de milhares de queixosos de vários países, alegando que o surto original foi indevidamente encarado e depois houve uma tentativa de encobrimento. A empresa Berman Law Group exige 6 biliões de dólares.."Coisas que desconhecemos".Os EUA e a Austrália não estão sozinhos na ideia de escrutinar o que se passou no final do ano passado e início deste em Wuhan. Reino Unido, Alemanha, França e Canadá, de uma forma mais ou menos aberta, concordam com uma investigação.."Não se pode comparar a situação da França, da Alemanha ou da Itália com a Rússia ou a China, é óbvio. E a transparência e a fluidez da informação não têm nada a ver, os meios de comunicação não são livres nesses países, não há redes sociais. Não sabemos o que se passa lá. Não vamos ser ingénuos e dizer que são mais fortes (do que o Ocidente a combater o coronavírus). E parece claro que aconteceram coisas que nós desconhecemos", comentou o presidente francês Emmanuel Macron em entrevista ao Financial Times..O ministro francês dos Negócios Estrangeiros deu uma achega na reflexão numa entrevista ao Le Monde . "Parece-me que estamos a assistir a uma amplificação das fracturas que têm vindo a minar a ordem internacional há anos. A pandemia é a continuação, por meios diferentes, da luta entre poderes", disse Jean-Yves Le Drian. "O meu receio é que o mundo depois (o surto) se assemelhe bastante ao mundo antes, mas pior"..Apesar de num primeiro momento ter castigado os médicos que divulgaram o início da epidemia, a China negou ter ocultado qualquer informação sobre o surto ou mentido sobre o seu número de mortos. Em certo momento chegou a sugerir que foram os militares americanos a iniciar a pandemia.."Esta luta (entre potências mundiais) é uma consolidação do equilíbrio de poder que já vimos emergir antes mesmo (a epidemia), com o agravamento da rivalidade sino-americana", disse Le Drian, que realçou a importância para a Europa encontrar o seu próprio "destino de liderança" para que a China respeite" a União Europeia, "o que nem sempre é o caso". "Por vezes, Pequim joga com as divisões dentro da UE"..Tensão entre Paris e Pequim.Le Drian também criticou Pequim por "difamar" o pessoal dos lares franceses, ao difundir no site da embaixada francesa que aquele grupo profissional abandonava os seus postos durante a noite, deixando os idosos a morrer de fome e de doença, o que levou o ministro a convocar o embaixador chinês..No início do mês outro momento de tensão entre franceses e chineses: em Paris, a polícia deteve dois representantes de associações chinesas pela posse de 15 mil máscaras de proteção de tipo PP2, que em França está reservado ao pessoal médico. Este material pertencia aos chamados "kits covid", que incluía outro equipamento de proteção, e que foi enviado da China..No mesmo dia em que Macron criticava Pequim, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico e substituto de Boris Johnson, Dominic Raab, afirmou que a China deve responder a "diversas questões difíceis" sobre a forma como começou a pandemia, frisando que o mundo precisa de saber o que aconteceu na China nesses primeiros dias. "Não podemos hesitar", disse Raab..A dar força às questões levantadas pelo ministro, a comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido alertara que uma campanha de desinformação orquestrada pela China está a "custar vidas britânicas" na luta contra o coronavírus. No relatório, os deputados afirmaram que a China procurou "ofuscar" o que estava a acontecer quando o surto começou..A embaixada chinesa em Londres respondeu escudando-se na OMS: "A OMS tem afirmado repetidamente que o que o mundo vive atualmente é um fenómeno global, a fonte é indeterminada, o foco deve estar na contenção e deve ser evitada qualquer linguagem estigmatizante que se refira a determinados locais."..Canadá quer respostas, mas não quer represálias.Também o primeiro-ministro canadiano alinhou no discurso das "perguntas difíceis" a Pequim, mas acrescentou que não é essa a prioridade. "Penso que é extremamente importante que compreendamos exatamente o que aconteceu e façamos perguntas realmente difíceis a todos os países envolvidos, incluindo a China. Isto é algo que temos de concretizar."."Mas a minha prioridade neste momento e a prioridade para os países de todo o mundo tem de ser fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para manter os nossos cidadãos seguros e garantir que dispomos dos recursos necessários para proteger os nossos cidadãos e ultrapassar isto", comentou. .À Global News, Charles Burton, do Instituto Macdonald-Laurier, disse que existe uma "base sólida" para uma investigação internacional, não só sobre a forma como a China lidou com o covid-19, mas também sobre como a Organização Mundial de Saúde transmitiu as informações do governo chinês..Burton disse, no entanto, que o Canadá deveria evitar fazer algo "provocatório", uma vez que o país do norte da América está dependente de Pequim para obter equipamento de proteção pessoal. "Sabemos que a República Popular da China recorre a represálias comerciais por razões políticas", afirmou..Merkel pede "transparência".Na segunda-feira, a chanceler alemã também juntou o seu peso político -- e o da Alemanha --, ao pedir "transparência" à China.."Quanto mais a China prestar contas de maneira transparente sobre a génese do vírus, melhor será para toda a gente no mundo", de forma a que se "retirem lições", disse Angela Merkel numa conferência de imprensa.
A Austrália está a explorar a possibilidade de a Organização Mundial de Saúde , através do secretário-geral António Guterres, nomear um investigador independente sobre a resposta mundial à pandemia, e em particular à resposta inicial da China, onde o vírus eclodiu, e da Organização Mundial de Saúde (OMS), agência da Nações Unidas..O presidente dos Estados Unidos anunciou na semana passada a suspensão do financiamento da OMS depois de ter acusado a organização de ter reagido tarde demais face à epidemia e que se limitou a reproduzir as informações prestadas por Pequim. Trump recebeu uma chuva de críticas pela decisão de deixar a agência sem financiamento. Os EUA são o maior patrocinador da OMS, com mais de 500 milhões de euros no biénio 2018-2019..Ao reagir criticamente ao anúncio de Trump, Guterres afirmou que "este não é o momento" para reduzir o financiamento da agência com sede em Genebra, mas reconheceu a necessidade de olhar para trás. "Uma vez voltada a página desta epidemia, será tempo de rever para compreender como uma tal doença pode acontecer e alastrar tão rapidamente a sua devastação por todo o mundo."."As lições aprendidas serão essenciais para gerir eficazmente desafios semelhantes, se surgirem no futuro", acrescentou..Caçador e guarda ao mesmo tempo.Para Camberra, o momento de aprender as lições é agora. A ideia foi levantada em primeiro lugar pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Marise Payne, e recebeu o apoio do principal partido da oposição.."Precisamos de conhecer o tipo de pormenores que uma análise independente nos permitiria identificar sobre a génese do vírus, sobre as abordagens para lidar com ele e sobre a abertura com que a informação foi partilhada", afirmou Payne, que iria falar com o presidente francês e com a chanceler alemã sobre o tema.."Tenho dúvidas de que a organização que tem sido responsável pela divulgação de grande parte do material de comunicação internacional e pela realização de grande parte do trabalho de investigação e envolvimento precoce, possa também assumir o papel de órgão de avaliação. Isso parece-me ser de um caçador furtivo e guarda ao mesmo tempo", afirmou a ministra, como se lê no Sydney Morning Herald ..O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China reagiu, negando a pretensão de um inquérito e dizendo que a Austrália não deve "seguir cegamente" os apelos a um inquérito global. Pequim acusou os EUA de fazerem uma campanha de "difamação e estigmatização", que manipulou politicamente outros países contra Pequim e a OMS..O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, disse que as acusações desrespeitaram "os enormes esforços e sacrifícios do povo chinês" na luta contra o contágio..Mas o primeiro-ministro australiano não baixou os braços e depois de ter conversado com o bilionário Bill Gates (maior contribuinte do orçamento da OMS a seguir aos EUA) sobre a Organização Mundial de Saúde e a importância de uma vacina, voltou a defender a importância de um inquérito à origem do vírus e à forma como o problema foi atacado.."Penso que independentemente de onde um vírus possa surgir é importante para a saúde pública a nível global que haja transparência na forma como se pode ter acesso a esta importante informação mais cedo. Por isso, não se trata de uma questão de crítica, mas sim de uma questão importante para a saúde pública", disse Scott Morrison..Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram que iriam investigar a possibilidade de o vírus ter atingido a população humana devido a uma fuga num laboratório em Wuhan..De acordo com o Washington Post, relatórios do Departamento de Estado norte-americano dizem que um diplomata e um cientista da embaixada visitaram várias vezes o laboratório do Instituto de Virologia, em 2018, numa altura em que estava a realizar estudos sobre coronavírus. Após a sua visita, os funcionários manifestaram a sua preocupação quanto a medidas de segurança inadequadas nas instalações..O inquérito vai avançar na Comissão da Segurança Interna do Senado depois de os seus membros terem enviado uma carta com perguntas ao diretor da OMS, Tedros Ghebreyesus, sobre "a resposta falhada e atrasada" da agência..Acusações de espionagem.As relações da China com a Austrália não estavam famosas. Em novembro, o primeiro-ministro australiano comentou de "profundamente perturbadoras" as notícias de que Pequim teria tentado financiar uma campanha eleitoral para instalar um espião no Parlamento. O homem em questão, um vendedor de automóveis sino-australiano de 32 anos, não foi eleito e acabou por morrer em circunstâncias não aclaradas em março do ano passado..Há um mês o regime comunista acusou formalmente de espionagem o escritor australiano de origem chinesa Yang Hengjun. Tinha sido detido em janeiro de 2019 e Camberra apelava desde então para a sua libertação, até por razões de saúde. "O facto de a nossa defesa incessante do Dr. Yang não ter sido reconhecida não se inscreve no espírito de respeito e confiança mútuos", declarou a ministra Payne. Para Pequim a declaração da ministra australiana foi "deplorável" ..Advogados processam Xi.A pressão faz-se também pelas vias legais. De acordo com o canal australiano 7 News há pelo menos três processos judiciais nos EUA, onde já morreram mais de 45 000 pessoas devido ao vírus..Uma sociedade de advogados da Florida vai processar a China e o seu presidente, Xi Jinping, em nome de milhares de queixosos de vários países, alegando que o surto original foi indevidamente encarado e depois houve uma tentativa de encobrimento. A empresa Berman Law Group exige 6 biliões de dólares.."Coisas que desconhecemos".Os EUA e a Austrália não estão sozinhos na ideia de escrutinar o que se passou no final do ano passado e início deste em Wuhan. Reino Unido, Alemanha, França e Canadá, de uma forma mais ou menos aberta, concordam com uma investigação.."Não se pode comparar a situação da França, da Alemanha ou da Itália com a Rússia ou a China, é óbvio. E a transparência e a fluidez da informação não têm nada a ver, os meios de comunicação não são livres nesses países, não há redes sociais. Não sabemos o que se passa lá. Não vamos ser ingénuos e dizer que são mais fortes (do que o Ocidente a combater o coronavírus). E parece claro que aconteceram coisas que nós desconhecemos", comentou o presidente francês Emmanuel Macron em entrevista ao Financial Times..O ministro francês dos Negócios Estrangeiros deu uma achega na reflexão numa entrevista ao Le Monde . "Parece-me que estamos a assistir a uma amplificação das fracturas que têm vindo a minar a ordem internacional há anos. A pandemia é a continuação, por meios diferentes, da luta entre poderes", disse Jean-Yves Le Drian. "O meu receio é que o mundo depois (o surto) se assemelhe bastante ao mundo antes, mas pior"..Apesar de num primeiro momento ter castigado os médicos que divulgaram o início da epidemia, a China negou ter ocultado qualquer informação sobre o surto ou mentido sobre o seu número de mortos. Em certo momento chegou a sugerir que foram os militares americanos a iniciar a pandemia.."Esta luta (entre potências mundiais) é uma consolidação do equilíbrio de poder que já vimos emergir antes mesmo (a epidemia), com o agravamento da rivalidade sino-americana", disse Le Drian, que realçou a importância para a Europa encontrar o seu próprio "destino de liderança" para que a China respeite" a União Europeia, "o que nem sempre é o caso". "Por vezes, Pequim joga com as divisões dentro da UE"..Tensão entre Paris e Pequim.Le Drian também criticou Pequim por "difamar" o pessoal dos lares franceses, ao difundir no site da embaixada francesa que aquele grupo profissional abandonava os seus postos durante a noite, deixando os idosos a morrer de fome e de doença, o que levou o ministro a convocar o embaixador chinês..No início do mês outro momento de tensão entre franceses e chineses: em Paris, a polícia deteve dois representantes de associações chinesas pela posse de 15 mil máscaras de proteção de tipo PP2, que em França está reservado ao pessoal médico. Este material pertencia aos chamados "kits covid", que incluía outro equipamento de proteção, e que foi enviado da China..No mesmo dia em que Macron criticava Pequim, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico e substituto de Boris Johnson, Dominic Raab, afirmou que a China deve responder a "diversas questões difíceis" sobre a forma como começou a pandemia, frisando que o mundo precisa de saber o que aconteceu na China nesses primeiros dias. "Não podemos hesitar", disse Raab..A dar força às questões levantadas pelo ministro, a comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido alertara que uma campanha de desinformação orquestrada pela China está a "custar vidas britânicas" na luta contra o coronavírus. No relatório, os deputados afirmaram que a China procurou "ofuscar" o que estava a acontecer quando o surto começou..A embaixada chinesa em Londres respondeu escudando-se na OMS: "A OMS tem afirmado repetidamente que o que o mundo vive atualmente é um fenómeno global, a fonte é indeterminada, o foco deve estar na contenção e deve ser evitada qualquer linguagem estigmatizante que se refira a determinados locais."..Canadá quer respostas, mas não quer represálias.Também o primeiro-ministro canadiano alinhou no discurso das "perguntas difíceis" a Pequim, mas acrescentou que não é essa a prioridade. "Penso que é extremamente importante que compreendamos exatamente o que aconteceu e façamos perguntas realmente difíceis a todos os países envolvidos, incluindo a China. Isto é algo que temos de concretizar."."Mas a minha prioridade neste momento e a prioridade para os países de todo o mundo tem de ser fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para manter os nossos cidadãos seguros e garantir que dispomos dos recursos necessários para proteger os nossos cidadãos e ultrapassar isto", comentou. .À Global News, Charles Burton, do Instituto Macdonald-Laurier, disse que existe uma "base sólida" para uma investigação internacional, não só sobre a forma como a China lidou com o covid-19, mas também sobre como a Organização Mundial de Saúde transmitiu as informações do governo chinês..Burton disse, no entanto, que o Canadá deveria evitar fazer algo "provocatório", uma vez que o país do norte da América está dependente de Pequim para obter equipamento de proteção pessoal. "Sabemos que a República Popular da China recorre a represálias comerciais por razões políticas", afirmou..Merkel pede "transparência".Na segunda-feira, a chanceler alemã também juntou o seu peso político -- e o da Alemanha --, ao pedir "transparência" à China.."Quanto mais a China prestar contas de maneira transparente sobre a génese do vírus, melhor será para toda a gente no mundo", de forma a que se "retirem lições", disse Angela Merkel numa conferência de imprensa.