Morreu o ex-deputado e embaixador na ONU Manuel Homem de Mello

Tinha 88 anos. Foi amigo pessoal do ex-presidente da República Craveiro Lopes e esteve envolvido em algumas tentativas goradas de demitir Salazar, designadamente na Abrilada, de 1961.
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Manuel José Homem de Mello, figura ligada ao Estado Novo, que em 1962 defendeu uma solução política para o ultramar, morreu na terça-feira à noite, aos 88 anos, no Estoril, disse nesta quinta-feira fonte familiar à Lusa.

Manuel José Homem de Mello (conde de Águeda) é considerado "uma figura grande da vida política portuguesa", tendo sido deputado e embaixador de Portugal na ONU, entre outros cargos.

Foi amigo pessoal do ex-presidente da República Craveiro Lopes e esteve envolvido em algumas tentativas goradas de demitir Salazar, designadamente na Abrilada, de 1961.

Escritor, empresário, advogado, diretor de jornais e comentador na RTP, Manuel José Homem de Mello foi também apoiante de Mário Soares, tendo participado "ativamente em diversas campanhas", segundo contou o familiar Hélder Moura Pereira.

Homem de Mello foi deputado à Assembleia Nacional entre 1957 e 1961, assumindo depois e até 1964 as funções de assessor político do presidente da República Craveiro Lopes. Voltaria a ser deputado entre 1969 e 1974.

Entre as suas obras conta-se o livro Portugal, o Ultramar e o Futuro, que punha em causa a política ultramarina de Salazar.

Homem de Mello considerava que Portugal "podia ter sido o primeiro Estado colonial a sair do ultramar e foi o último" a deixar as suas colónias.

As cerimónia fúnebres de Manuel José Homem de Mello realizaram-se nesta quinta-feira no Estoril, tendo sido o seu corpo cremado e as cinzas depositadas num jazigo de família, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

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