O segredo está nas livrarias independentes
Quando a gigantesca cadeia de livrarias Borders abriu falência, em 2011, o mercado livreiro entrou em pânico: o formato digital estava a ganhar força e em breve haveria um terramoto como o que aconteceu na música e no cinema. Mas algo aconteceu entretanto, provando que este é um mercado único.
A recuperação dos livros em papel aconteceu à medida que o entusiasmo pelos leitores de livros eletrónicos esmoreceu, o preço dos e-books subiu e as livrarias independentes voltaram a crescer.
É aqui que se explica a resiliência deste mercado: a American Booksellers Association (ABA), que reúne livrarias independentes nos Estados Unidos, regista agora 1712 associados em 2227 localizações, contra 1410 em 1651 localidades há cinco anos. A associação diz ao DN que as vendas de livros físicos nas livrarias indie têm crescido cerca de 8% anualmente desde 2012, e que em 2015 só durante três semanas não se verificou um aumento. "A ABA sempre acreditou que isto não seria um mundo só com um ou só com outro, no que toca a livros impressos versus leitura digital", indica ao DN Oren Teicher, CEO da associação.
Há mais livrarias a abrir e uma nova geração de empreendedores interessados neste negócio. Mas grandes cadeias de livrarias, como a Barnes & Noble e a Hastings Entertainment, não estão a beneficiar do interesse renovado pelo papel.
A B&N, que tem o leitor de livros eletrónicos Nook, reportou em julho uma quebra de 4,9% no volume de negócios no ano fiscal de 2015, enquanto a Hastings sofreu uma quebra de 5,1% no primeiro trimestre. E a Family Christian Stores, a maior cadeia de livros cristãos, entrou com o pedido de proteção contra credores em fevereiro.