Confirma-se o talento de António Pinhão Botelho, após curtas-metragens de enorme talento. Um cineasta algures entre o lado pragmático e as ideias de muita cinefilia americana.
Ruth, proposta de cinema à base de um conceito de argumento (neste caso, escrito por Leonor Teles, precisamente a mãe do cineasta), conta-nos a história da contratação de Eusébio pelo Benfica mas é sobretudo um conto sobre os costumes de um Portugal encerrado na ditadura de Salazar.
Com uma frescura narrativa fora do vulgar, Ruth consegue entreter sem estupidificar. Tem piada, ritmo e faz do seu efeito coral uma mais-valia (difícil de acreditar, mas todas aquelas dezenas de personagens têm o seu espaço). Depois, há também atores num tom certíssimo, com destaque para o protagonista Igor Regalla, uma estreia mais do que prometedora. Um filme mais do que afável...
Classificação: *** (Bom)