O regresso do maestro

Publicado a
Atualizado a

Recordo com emoção, e algum orgulho à mistura, momentos bonitos de mestria e técnica que conduziram a equipa encarnada a muitas vitórias e exibições de encher o olho. E independentemente da orientação clubística, creio que todos os fãs de futebol que tiveram o privilégio de ver o Maestro em campo assim opinarão.

Foi, portanto, com naturalidade que a nação benfiquista assistiu a uma comunicação calma e serena, típica de um líder, e feita do local habitual -- o centro do relvado. O teor da mesma foi simples e direto: conduzir um início de época à Benfica, o que até agora se tem comprovado.

Um início de Liga sem fait divers, contratações duvidosas, parangonas ou escândalos. Pelo contrário, assistiu-se à equipa principal de Futebol a jogar, vencer e assumir com tranquilidade a liderança do campeonato. Tudo isso numa fase em que os adeptos regressaram à Luz e, não menos importante, da marcação de um ato eleitoral que legitime e esclareça de uma vez por todas quem é quem no Sport Lisboa e Benfica.

Estes não são meros atos de gestão, mas sim escolhas e decisões que credibilizam o desporto e o País.

Nos últimos dias Portugal reviveu, com admiração e respeito, os afetos característicos do Presidente Sampaio. Quem não se recorda do carinho demonstrado pelo "Maestro" quando marcou no seu regresso a casa e não conseguiu conter as lágrimas, corria o ano de 1996.

O Presidente Sampaio não foi evocado ao acaso. Foi pela sua mão que, em 2006, o jogador do Sport Lisboa e Benfica foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique como sinal de reconhecimento da prestação de serviços relevantes a Portugal.

O contexto e circunstâncias são de relevo e a fasquia elevada. A "orquestra" necessita mais do que nunca um "Maestro" à altura. E convém realçar, nesta partida como em tantas outras, que não há vitórias antes do final do jogo.

Os adeptos dos grandes clubes, em geral, e os do Benfica, em particular, sabem que há sempre quem esteja do outro lado da barricada. É salutar e democrático, mas este é, acima de tudo, o momento de ser do Benfica! De estar a favor e apostar numa mudança tranquila, que inove e aposte na juventude, apoiada na experiência e no saber acumulados ao longo de muito tempo.

No fundo, é tempo do Benfica ter um "Maestro" que sinta e viva o nosso clube dentro e fora de campo com ética desportiva, empresarial e de gestão.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt