O rapto como estratégia política e económica do regime norte-coreano
Um jovem na casa dos 20 anos, de aspeto asiático, debate-se com um grupo de indivíduos, também de aspeto asiático, num dos terminais do aeroporto Charles de Gaulle, nos arredores de Paris. A cena acon- teceu no início de novembro e acabou por desencadear a intervenção da polícia, noticiaram os media britânicos, americanos e sul-coreanos. O jovem que, veio a saber--se posteriormente, estava a ser forçado a embarcar num voo com destino à China, ficou sob proteção das forças de segurança, e em França. Em local secreto.
Identificado apenas como Han, estudava Arquitetura em Paris e é filho de um colaborador próximo do antigo número dois do regime de Pyongyang, Jang Song-thaek, tio do atual líder, Kim Jong-un, mandado executar em finais de 2013. O destino final de Han não era a China, mas a Coreia do Norte, cujo regime segue uma política de eliminação não só dos que considera inimigos, mas inclui as famílias destes nas suas retaliações. O pai de Han fora morto pouco tempo antes da tentativa de rapto do filho.