O olhar do colecionador Berardo... à espera que o Governo mude

O contrato entre a Fundação Berardo e o Estado acaba em 2016 e ainda não se sabe o destino da coleção
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"Preferia que ficasse aqui", responde Joe Berardo questionado sobre o destino das suas obras de arte moderna e contemporânea, atualmente cuidadas pelo Museu Coleção Berardo, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. "O contrato termina no próximo ano, vamos esperar pelo próximo Governo", diz o empresário português, antes de começar a percorrer a exposição temporária O Olhar do Colecionador, uma seleção do próprio, que inaugura hoje, às 19.00.

O futuro do museu permeia as conversas durante a visita à imprensa, ontem de manhã. "As paredes estão cá, se eu sair daqui. Fazer uma exposição razoável aqui custa 600 mil, 700 mil euros. A não ser que pensem pôr aqui outro tipo de museu. Podem ter outras alternativas que não sejam um museu de arte moderna", afirma, e defende. "O dinheiro gasto aqui é muito pouco em relação ao que é gasto em outro museu do mundo".

Diz que o Museu Coleção Berardo empresta para todo o mundo - "O Bacon vai a Nova Iorque, só o seguro foram 50 milhões" - e acrescenta que nunca foi o valor monetário que esteve em causa. "Hoje em dia tenho cinco museus abertos ao público, este é o único que tenho com o Governo e o que me dá mais dores de cabeça". Admite até abrir o seu próprio museu. "Em Lisboa. Capital é capital", afirma.

Será este um sinal de apoio a António Costa, com quem esteve na segunda-feira, no âmbito de um encontro sobre política cultural com vários agentes do sector? "O que eu quero é que seja qual for o governo tenha uma política cultural a sério", responde.

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