"O Manifesto é o verdadeiro elogio do capitalismo"

A Guerra &amp; Paz vai lançar em breve a sua versão de <em>Mein Kampf</em>, após editar nesta quarta-feira o <em>Manifesto Comunista</em> e dentro de semanas o <em>Livro Vermelho</em> de Mao. O editor explica estas apostas polémicas
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A que se deve este revivalismo em torno dos "clássicos"?

Uma editora que começou por lançar livros de Eça, de Camilo e a Correspondência de Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner está irrevogavelmente ligada aos clássicos. Mas há uma razão que é mais do que revivalista: quem não conhece o seu passado não sabe o que faz no presente e não tem, de certeza, futuro.

É correto misturar Marx e Engels, Mao e Hitler, ou é só negócio?

Mesmo que não os quiséssemos misturar, misturaram-se eles. O maior ódio de Hitler, a seguir aos judeus, era ao bolchevismo. E, sem Marx, nunca teria havido Mao. Cada um terá o seu livro, com enquadramento e tratamento próprio. Quanto ao "negócio", temo que seja fraco, pois são livros que pedem público interessado e aberto a debate de ideias.

O que pensa de todo o interesse em torno do Mein Kampf - A Minha Luta?

A liberalização da publicação do livro, com a passagem ao domínio público, desencadeia esta vaga. Acho fundamental publicar-se o livro para acabar com a aura de "livro proibido", e é essencial ser feita com o competente enquadramento histórico, começando por desmistificar a ideia de que a ascensão do nazismo foi feita pelo voto livre.

O Manifesto Comunista vendeu milhares em Inglaterra desde que foi relançado. Curiosidade mórbida? Marx e Engels estão vivos?

Como dizia o outro, o anúncio da morte de Marx talvez tenha sido prematuro. Será lido e estudado por mais uns séculos, provavelmente. O catecismo revolucionário, que ele e Engels criaram, marcou o século XX e ainda está presente, mesmo que seja em caricatura, nos partidos comunistas que sobrevivem, da Coreia do Norte a Portugal.

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