"A República não abdicará. Não me demitirei." Estas foram as palavras ditas pelo presidente francês Charles De Gaulle que fizeram a manchete do DN a 31 de maio de 1968 - terminava assim o tal "maio de 68" que pôs a França em polvorosa mas estava ainda longe de terminar esta crise, que tinha começado na Universidade de Nanterre com os protestos dos estudantes por causa da divisão dos dormitórios e dos regulamentos das cidades universitários. Um pequeno pretexto para trazer para a rua uma geração insatisfeita com o conservadorismo dominante, com as desigualdades sociais e com o rumo que o país estava a tomar..Em maio, os protestos chegaram à Universidade de Sorbonne. A 3 de maio, o reitor, Jean Roche, quebrando uma regra secular, chama a polícia para entrar nas instalações universitárias. Vários alunos são detidos. Muitos outros jovens são detidos nessa noite em manifestações no Quartier Latin, onde é levantada a primeira barricada, no Boulevard Saint-Michel..7 de Maio: Cerca de 30 mil estudantes percorrem as ruas de Paris cantando A Internacional. Em frente ao Parlamento, a palavra de ordem é: "O poder está na rua!". A polícia volta a interferir..Os trabalhadores associam-se aos protestos dos estudantes. A oposição também. A 13 de maio inicia-se uma greve geral em todo o país convocada pelas duas principais centrais sindicais. Os artistas juntam-se à greve. Há fábricas ocupadas, os transportes estão parados. Dois dias depois, os grevistas são cerca de dois milhões. No parlamento, o Governo sobrevive a uma moção de censura..A 30 de maio, o General De Gaulle regressa a Paris, depois de uma visita à Roménia, e anuncia a sua recusa de se demitir. Dissolve a Assembleia Naciona e convoca eleições antecipadas para junho..No dia seguinte, o DN dedica quase toda a sua primeira página aos acontecimentos em França. Os militares estão de prevenção. De Gaulle ameaça usar a força..O quente mês de maio terminava com uma remodelação ministerial e um certo sentimento de que o presidente estava a tomar conta da situação. Mas os protestos, as greves e os confrontos com a polícia iriam continuar. Mesmo com a vitória da frente política liderada por De Gaulle nas eleições de 30 de junho.
"A República não abdicará. Não me demitirei." Estas foram as palavras ditas pelo presidente francês Charles De Gaulle que fizeram a manchete do DN a 31 de maio de 1968 - terminava assim o tal "maio de 68" que pôs a França em polvorosa mas estava ainda longe de terminar esta crise, que tinha começado na Universidade de Nanterre com os protestos dos estudantes por causa da divisão dos dormitórios e dos regulamentos das cidades universitários. Um pequeno pretexto para trazer para a rua uma geração insatisfeita com o conservadorismo dominante, com as desigualdades sociais e com o rumo que o país estava a tomar..Em maio, os protestos chegaram à Universidade de Sorbonne. A 3 de maio, o reitor, Jean Roche, quebrando uma regra secular, chama a polícia para entrar nas instalações universitárias. Vários alunos são detidos. Muitos outros jovens são detidos nessa noite em manifestações no Quartier Latin, onde é levantada a primeira barricada, no Boulevard Saint-Michel..7 de Maio: Cerca de 30 mil estudantes percorrem as ruas de Paris cantando A Internacional. Em frente ao Parlamento, a palavra de ordem é: "O poder está na rua!". A polícia volta a interferir..Os trabalhadores associam-se aos protestos dos estudantes. A oposição também. A 13 de maio inicia-se uma greve geral em todo o país convocada pelas duas principais centrais sindicais. Os artistas juntam-se à greve. Há fábricas ocupadas, os transportes estão parados. Dois dias depois, os grevistas são cerca de dois milhões. No parlamento, o Governo sobrevive a uma moção de censura..A 30 de maio, o General De Gaulle regressa a Paris, depois de uma visita à Roménia, e anuncia a sua recusa de se demitir. Dissolve a Assembleia Naciona e convoca eleições antecipadas para junho..No dia seguinte, o DN dedica quase toda a sua primeira página aos acontecimentos em França. Os militares estão de prevenção. De Gaulle ameaça usar a força..O quente mês de maio terminava com uma remodelação ministerial e um certo sentimento de que o presidente estava a tomar conta da situação. Mas os protestos, as greves e os confrontos com a polícia iriam continuar. Mesmo com a vitória da frente política liderada por De Gaulle nas eleições de 30 de junho.