O fantasma que agita o Brasil no reencontro com a Alemanha
É a vingança mais desejada do futebol mundial e pode ter lugar esta noite em Berlim quando a campeã mundial Alemanha e o Brasil se defrontarem.
A última vez que se encontraram em campo foi em Belo Horizonte, a 8 de julho de 2014, e aí o impensável sucedeu, com os germânicos a golearem a seleção anfitriã nas meias-finais do Mundial, por 7-1, com o Brasil de Scolari a fazer o golo da consolação (?) no minuto 90 - obra de Óscar, um dos prejudicados com a revolução operada por Tite, o atual selecionador que ontem encarou o problema de frente. "O jogo tem uma grande importância psicológica. Não podemos virar a cara, o 7-1 do Mundial é um fantasma que nos persegue. A ferida está aberta, este jogo em Berlim faz parte da cura", disse à revista Kicker.
De Belo Horizonte para Berlim muitos foram os futebolistas que foram perdendo o comboio, casos dos nossos bem conhecidos Júlio César, David Luiz - visto como um dos principais culpados -, Ramires ou Hulk, entre outros. Ainda assim, olhando para o onze desse jogo, percebemos que há futebolistas nucleares que resistem. São oito os elementos que fizeram a transição de Scolari para Tite (dois selecionadores em tempo amigos e que agora nem podem ouvir falar um do outro): Daniel Alves, Thiago Silva, Marcelo, Willian, Paulinho, Marquinhos, Fernandinho e o lesionado Neymar. E, entretanto, nestes quase quatro anos, a revolução/renovação ganhou forma com o surgimento de novos valores. Talisca e Ederson (ambos ex-Benfica) são apostas de Tite, assim como Casemiro (ex-FC Porto), o guarda-redes Allison (Roma) e os avançados Gabriel Jesus (Man. City) e Roberto Firmino (Liverpool). O Brasil tem novos valores para atacar o Mundial na Rússia e a verdade é que tem fornecido muito boas indicações - a goleada na Rússia, por 3-0, na passada sexta-feira, confirmou isso mesmo.
Em Espanha, o assunto do momento é o duelo com a Argentina de Messi, que ontem treinou no Centro de Estágios do Real Madrid, em Valdebebas, o último sítio onde os adeptos do Barcelona desejavam ver o astro argentino, que hoje jogará diante do país que o acolheu com 13 anos quando viajou com os pais para a casa de uma prima, em Lleida, para mostrar o que valia no clube catalão.
Messi já defrontou três vezes a Espanha: ganhou uma e perdeu duas, tendo marcado em duas ocasiões. Em 2010 deu-se o último duelo entre as duas seleções, com a Argentina a golear a então campeã mundial por 4-1, em Buenos Aires. Veremos o que acontece hoje no Wanda Metropolitano, o novíssimo palco do At. Madrid, sendo garantido que Messi tem vontade de jogar, mas não o fará durante os 90 minutos, pois pesam os resquícios de uma lesão muscular que o impediu de defrontar a Itália na sexta-feira.
Além de serem os cabeças-de-cartaz dos jogos de hoje, Alemanha-Brasil e Espanha-Argentina vão permitir ainda aferir a tendência definida pela primeira jornada de particulares, sexta-feira e sábado, com clara supremacia das seleções da América sobre a Europa, com oito vitórias (México, Uruguai, Brasil, Argentina, Colômbia, Perú, Costa Rica e Chile) e apenas uma derrota (Panamá ante a Dinamarca).