O escritor que foge à sua geração literária

Gonçalo M. Tavares lançou dois livros num só dia, em Lisboa e Coimbra. Descobrir as diferenças era o objetivo ao segui-lo entre sessões, mas o que se viu foi que se está a tornar único.
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É preciso ter muita lata para contar o livro novo todo aos leitores antes de estes terem tempo para o ler. E não foi só o princípio, Gonçalo M. Tavares desvendou também o meio e até o final na sessão de lançamento em Coimbra de Os Velhos também Querem Viver. Nada que já não tivesse feito 27 horas antes com um outro novo romance, Uma Menina Está Perdida no Seu Século à Procura do Pai, também na primeira apresentação que fazia deste romance, em Lisboa.

Voltemos atrás no tempo para situar estas atitudes de Gonçalo M. Tavares. 27 horas antes de chegar à Livraria Almedina, sob o teto da bancada do estádio de futebol de Coimbra, o escritor apresentara-se aos leitores que foram até à livraria Ler Devagar, na LX Factory. Começava neste espaço, onde antigamente existiram indústrias gráficas, a peregrinação dupla de um escritor que num dia lançava um livro e no seguinte apresentava outro. Como seria o mesmo autor desdobrado?

Essa era a grande curiosidade, até porque os dois livros de pouco têm em comum a não ser a assinatura de quem os elaborou. De igual, ainda, apenas o facto de serem criados num universo muito próprio, aquele que permite a um mesmo escritor multiplicar-se em protagonismos como Gonçalo M. Tavares decidira fazer num dia apenas.

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