Nuno Canta: "Vai estar no acordo a conectividade das estradas"
Quem hoje tenta conhecer a base aérea militar onde vai nascer o aeroporto encontra um espaço pouco preparado. O que é necessário fazer?
É natural, porque as infraestruturas necessárias para acolher uma base militar são diferentes, tem de ser resguardada. Por isso é que temos aqui um problema, porque o acolhimento da infraestrutura aeroportuária obriga-nos a exigir infraestruturas viárias.
Tem apontado para um investimento em torno dos 15 milhões de euros. O que há a fazer?
O valor a que chegámos é esse. É ainda um levantamento sumário, que inclui a conclusão da Circular Externa, o investimento mais significativo. Também está prevista a requalificação de duas ou três avenidas que ligam a cidade e, dentro destas, a principal é a Avenida do Seixalinho. Hoje passou por uma estrada que não tem qualquer qualificação urbana, é praticamente rural. Associado a esta avenida temos um plano para duas rotundas. Temos ainda outra estrada com muita importância, que tem carácter nacional, não local, que é a Variante da Atalaia. É uma estrada da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal e que está prometida desde a construção da Ponte Vasco da Gama. Depois temos outra questão, que a ANA já previa, que é a ligação à Ponte Vasco da Gama, mais cedo, junto das portagens. Há ainda o plano de criação de percursos pedonais e de lazer junto às antigas salinas.
Esta questão das infraestruturas está longe de estar fechada...
As negociações ainda vão continuar, mas acreditamos que isto é fundamental. Aliás, o que nos levou a não assinar a solução apresentada pelo anterior secretário de Estado, Sérgio Monteiro, foi precisamente porque não estava nenhuma palavra no memorando que dissesse que tem de haver conectividade entre a cidade e o aeroporto.
Tendo sido essa a linha vermelha que impediu o acordo anterior, significa que agora já há certezas?
Este governo sabe perfeitamente e valorizou bastante a nossa carta que mostrava que na altura a decisão era demasiado precipitada. O governo tem a faca e o queijo na mão, mas como já disse aqui, estas infraestruturas são essenciais ao aeroporto. Não é do interesse da Vinci, nem de qualquer Vinci do mundo, implementar um aeroporto que depois não tenha funcionalidade.
Está à espera de que os 15 milhões sejam financiados totalmente pela ANA?
Nós não faremos nenhuns acessos. Já dissemos é que estamos disponíveis para acolher os prejuízos ambientais. É uma questão que tem de ser compensada.
E tem encontrado acolhimento?
Nunca nos disseram que não.
Já viu o memorando?
Não vi, mas já sei que esta questão da conectividade das estradas vai lá estar. Está aquilo que, numa primeira fase, tinha de estar. E o governo faz bem.