Número de mortes na China sobe para 212. Há quase 10 mil infetados

Autoridades chinesas informam que morreram mais 42 pessoas com o vírus, elevando o número de óbitos para um total de 212 em toda a China. O número de infetados é superior a nove mil, com mais de mil casos a surgirem em 24 horas.
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O coronavírus já provocou a morte de, pelo menos, 212 pessoas, anunciaram esta quinta-feira as autoridades chinesas, de acordo com a agência France-Presse. Os 42 mortos registados no dia são todas na província de Hubei, a mais afetada. Os números atualizados indicam que o número de infetados subiu para os 9171, com mais de mil casos a serem registados nas últimas 24 horas.

Estes dados surgem no dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o estado de emergência global devido ao perigo que a rápida propagação do vírus representa para o mundo.

Esta quinta-feira a Itália confirmou dois casos no país do novo coronavírus e suspendeu todos os voos provenientes ou com destino à China, apesar da oposição às restrições de voos manifestada pela OMS. Depois da França, Alemanha e Finlândia, Itália é o quarto país europeu a registar casos de coronavírus. No total, além do território principal da China, o vírus já foi detetado em 22 países por todo o mundo, entre eles as duas regiões especiais administrativas chinesas Hong Kong e Macau.

"Como noutros países, temos dois casos confirmados do novo coronavírus. São dois turistas chineses que chegaram há alguns dias [a Itália]", afirmou o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, citado pela agência France-Presse, acrescentando que a decisão de fechar o espaço aéreo italiano a voos "de e para" a China foi a "título de precaução".

A OMS opôs-se à restrição de viagens, apesar de o surto do novo coronavírus na China ter sido declarado uma emergência de saúde pública internacional.

"A OMS não recomenda a restrição de viagens, trocas comerciais e movimentos [de pessoas] e opõe-se mesmo a todas as restrições de viagens", afirmou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, na sede da organização, em Genebra, Suíça.

Justificando a declaração de emergência de saúde pública internacional, hoje decidida pela organização, o diretor-geral da OMS disse que a "grande preocupação é a possibilidade de o vírus se propagar a países onde os sistemas de saúde são mais frágeis".

Ghebreyesus adiantou que "não se trata de um voto de desconfiança" em relação à China.

A decisão da OMS foi conhecida após o Comité de Emergência, formado por vários peritos, incluindo chineses, se ter reunido novamente, depois de há uma semana ter considerado prematura a emergência internacional.

O comité assinala, em comunicado, que as restrições à circulação de pessoas e bens durante uma emergência de saúde pública internacional podem ser ineficazes, perturbar a distribuição de ajuda e ter "efeitos negativos" na economia dos países atingidos.

Esta quinta-feira partiu de Beja o avião fretado pelo Governo francês. Seuge para a China até sábado para repatriar pelo menos 133 cidadãos da União Europeia (UE), incluindo 17 portugueses.

Fonte europeia disse à agência Lusa que este avião está agora em Paris, onde foi buscar equipa médica e, "na sexta-feira ou sábado", partirá para a região chinesa de Wuhan.

Até esta manhã, de acordo com a mesma fonte, estava confirmado o repatriamento de 133 cidadãos de 16 Estados-membros da UE: Áustria, Bélgica, Croácia, República Checa, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Letónia, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Espanha e Suécia.

A estes acrescem cidadãos de outros países de fora da União, como a Noruega ou Turquia, acrescentou. A fonte confirmou que, como a Lusa já tinha noticiado, serão 17 os portugueses repatriados de Wuhan.

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