Os confrontos nas ruas de Hong Kong não dão sinais de abrandar. Nesta terça-feira, a polícia voltou a recorrer ao gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes pró-democracia concentrados no centro financeiro e em campus universitários..Os episódios de violência aumentaram depois de um manifestante ter sido baleado pelas forças de segurança e de um homem, que se declarou a favor de Pequim, ter sido regado e incendiado..Citada pela agência Efe, a Autoridade Hospitalar da ex-colónia britânica informou que o jovem de 21 anos que foi baleado por um agente e o homem de 57 anos que foi incendiado durante uma discussão com manifestante continuam hospitalizados "em estado crítico"..Por sua vez, a polícia anunciou pouco antes da meia-noite (16:00 de segunda-feira em Lisboa) ter realizado mais de 260 detenções ao longo do dia, um dos mais violentos de que há registo na cidade, e assegurou que vai continuar a aplicar a lei..Segundo a imprensa local, alguns serviços de transporte público foram novamente interrompidos esta manhã e confrontos entre a polícia de choque e manifestantes foram de novo registados em alguns campus universitários, onde agentes usaram gás lacrimogéneo..Algumas escolas e universidades da cidade já anunciaram a suspensão das aulas esta terça-feira..Polícia denuncia "atos loucos" de manifestantes.Entretanto, a chefe do Executivo, Carrie Lam, voltou a aparecer numa conferência de imprensa, na qual acusou os manifestantes de serem "egoístas" por continuarem com aquilo que descreveu como "atos de vandalismo"..A dirigente de Hong Kong, a quem os manifestantes exigem a demissão, agradeceu a todas as pessoas que não participaram na greve de segunda-feira e aos cidadãos que, voluntariamente, retiraram as barricadas colocadas pelos manifestantes nas ruas..Perante a violência dos confrontos nos últimos dias, o chefe da polícia da ex-colónia britânica, Kong Wing-cheung, não tem dúvidas: "A nossa sociedade está à beira de um colapso total"..De acordo com o mesmo responsável, citado pela Reuters, manifestantes com a cara tapada cometeram "atos loucos", como atirar lixo, bicicletas e outros detritos para a linha do metro e em direção dos posters de eletricidade, paralisando o sistema de transporte.