Novo líder do CDS: Um chega p'ra lá no Chega a encerrar o congresso

Os trabalhos do 28.º congresso nacional do CDS já terminaram. Francisco Rodrigues dos Santos sublinhou a importância da unidade interna
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Francisco Rodrigues dos Santos produziu o seu primeiro discurso como líder do CDS-PP, no encerramento do 28º congresso nacional do partido, em Aveiro, tentando passar, no essencial, duas mensagens: unidade interna e recusa pelo partido de condicionamentos ideológicos que o descaracterizem, à direita ou à esquerda

Numa intervenção de pouco mais de 20 minutos - e onde já se ouviram algumas propostas de governação -, o sucessor de Assunção Cristas sublinhou, por mais do que uma vez, quanto ao plano interno, que as suas listas foram feitas tendo em conta as "diversas sensibilidades" do partido.

Elogiou a "humildade" de Filipe Lobo d'Ávila - que durante todo o congresso foi seu concorrente à liderança e depois aceitou ser seu primeiro vice-presidente - e ainda também o "fantástico" grupo parlamentar do partido na Assembleia - onde não tem nenhum apoiante, incluíndo nesse elogio o seu principal concorrente à liderança, João Almeida.

Face ao que Cristas defendia, caiu agora a ideia de o CDS ser maior que o PSD. O CDS, disse Rodrigues dos Santos, o que ambiciona é crescer (recuperando eleitores perdidos e acrescentando novos) e contribuir para "uma nova maioria à direita".

Crescer autarquicamente também foi um objetivo anunciado para as próximas eleições locais (outubro de 2021): "Vamos passar a contar presidentes de câmara e não vereadores."

Quanto à autonomia estratégica e doutrinal do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos - que não provocou tanto entusiasmo nas bases como durante o congresso - tanto disparou à esquerda como à direita. À direita denunciou, implicitamente, a sua preocupação com o crescimento do Chega, assegurando: "Sejamos claros: à direita lidera o CDS, não lidera nenhum outro partido." Tentou também pôr o partido com um pé no liberalismo, dando cobertura à Iniciativa Liberal, sublinhando a importância do legado de Lucas Pires no CDS.

Já para a esquerda, disse que recusa deixar-se preocupar por "visões caricaturais" do partido que podem ser tentadas por "uma elitezinha gourmet intelectual de esquerda".

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